Coimbra

Greve dos SMTUC. Sindicato acusa presidente da Câmara de “jogos secretos”: “Em vez de resolver, tenta dividir para reinar”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 7 horas atrás em 25-06-2025

Coimbra vive esta semana uma paralisação parcial nos transportes urbanos, devido à greve dos motoristas dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).

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A ação de protesto, que teve início no domingo, prolonga-se por seis dias e poderá atingir o seu ponto alto já na próxima sexta-feira, com uma deslocação a Lisboa para uma manifestação junto ao Governo.

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João Soares, delegado sindical do STAL, afirmou esta manhã, 25 de junho, à entrada da portaria dos SMTUC que, embora a adesão tenha vindo a diminuir ao longo da semana, “sexta-feira será forte a adesão”, dado o protesto em frente a entidades governamentais. A participação, que chegou aos 95% na segunda-feira, caiu para os 33% esta terça-feira, reflexo, segundo o dirigente sindical, da necessidade económica sentida pelos trabalhadores. “Se já protestamos porque o ordenado é baixo, é natural que precisemos de trabalhar para sobreviver”, afirmou.

Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão: “a criação de uma carreira própria de agente único, em substituição da atual categoria de assistente operacional” e “a atribuição do subsídio de insalubridade e periculosidade”, que, segundo os sindicatos, poderia já ter sido resolvido pela autarquia.

“Toda esta revolução começou em fevereiro. Há autarquias que já pagam esse subsídio. Há jurisprudência a favor. Falta vontade política”, denunciou João Soares.

O sindicalista também criticou o silêncio do Governo e da Câmara Municipal, que, segundo diz, têm evitado o diálogo direto com os representantes dos trabalhadores, optando por contactos paralelos com outros sindicatos. Acusa ainda o presidente da Câmara de “jogos secretos” e de agir de forma a dividir os sindicatos: “Em vez de resolver, tenta dividir para reinar.”

Na sexta-feira, 27 de junho, os motoristas irão manifestar-se em Lisboa. O sindicato admite que, nesse dia, não circule qualquer autocarro na cidade. Está também em cima da mesa a possibilidade de protestos mais duros durante o período de campanha eleitoral autárquica, caso não haja avanços nas negociações até lá.

“Sabemos que, infelizmente, o foco dos políticos não está nas pessoas, mas nas eleições. O nosso protesto pode coincidir com esse calendário”, conclui João Soares.

A paralisação continua até quinta-feira com níveis variáveis de adesão. A sexta-feira promete ser o dia decisivo, tanto em termos de mobilização como de visibilidade política da luta dos motoristas dos SMTUC.

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