Saúde
Menina de 11 anos morre após hospital receitar dose letal de morfina
Imagem: Salvi, Schostok & Pritchard, P.C
Ava Wilson, uma menina de 11 anos em fase de remissão de leucemia, morreu em casa, durante o sono, menos de dois dias após ter sido medicada com uma combinação letal de analgésicos. O caso remonta a 29 de outubro de 2020, quando foi levada pela mãe ao Hospital Advocate Children’s, em Park Ridge, devido a dores intensas e dificuldades em caminhar.
Apesar dos exames revelarem anormalidades significativas, como baixa contagem de plaquetas e enzimas hepáticas elevadas, a equipa médica decidiu não internar a criança. Em vez disso, prescreveu-lhe doses elevadas de morfina, hidroxizina e gabapentina, enviando-a para casa.
De acordo com documentos judiciais citados pelo The Mirror, Ava foi autorizada a tomar 15 mg de morfina a cada quatro horas — o triplo da dose anteriormente prescrita — juntamente com 100 mg de gabapentina três vezes ao dia. Na madrugada de 31 de outubro, apenas 36 horas após a consulta, Ava faleceu enquanto dormia.
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A autópsia apontou a causa da morte como “toxicidade aguda combinada” dos medicamentos administrados. Os pais da menor moveram uma ação judicial por homicídio, alegando negligência médica e o facto de o hospital não ter optado pelo internamento, dada a gravidade dos sintomas.
Durante o julgamento no Condado de Cook, os advogados do hospital alegaram que as dosagens estavam dentro dos parâmetros clínicos aceitáveis e que os sintomas de Ava eram compatíveis com a evolução da leucemia.
Ainda assim, o tribunal deliberou a favor da família, condenando o hospital a pagar uma indemnização de 20,5 milhões de dólares (cerca de 17,8 milhões de euros), por perdas sociais e futuras, e pelo sofrimento emocional vivido antes e depois da morte da criança.
O caso está a gerar forte debate nos Estados Unidos sobre protocolos de prescrição em crianças com doenças graves e os riscos da automedicação em ambiente doméstico, mesmo quando sob orientação médica.
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