Política
André Ventura disponível para baixar IRS e IRC e acusa PS de “pedinchar” lugares no Estado

Imagem: Chega
O presidente do Chega afirmou-se hoje disponível para colaborar com o Governo na descida do IRS e IRC e acusou o candidato único à liderança do PS, José Luís Carneiro, de “pedinchar” ao PSD lugares de Estado.
André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, antes de participar numa reunião do Grupo Parlamentar do Chega e depois de ter sido questionado como vai atuar para possibilitar a eleição do novo provedor de Justiça ou de juízes para o Tribunal Constitucional – cargos que requerem uma aprovação de dois terços dos 230 deputados.
O presidente do Chega começou por desvalorizar esse tema, dizendo que até agora “fez zero” sobre isso, e comentou a notícia do semanário “Expresso”, segundo a qual José Luís Carneiro quer um acordo global com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre cargos em órgãos do Estado.
PUBLICIDADE
“Não sei o que o primeiro-ministro vai fazer, eu não perdi um minuto, mas isto mostra bem a identidade e a natureza do PS. Fico perplexo quando um líder [José Luís Carneiro], que ainda nem sequer foi eleito, e a preocupação dele não são as medidas políticas, não é o Orçamento do Estado, não é a reforma da Justiça, mas sim os lugares no Estado. Questiono-me como é que os partidos podem descer tão baixo, quando já estão em baixo, mas conseguem destruir-se ainda mais perante a imagem dos cidadãos”, afirmou.
Pela parte do Chega, segundo André Ventura, o partido “vai estar à altura da responsabilidade”, tendo em conta a sua representatividade.
“Porém, até ao momento de hoje, sem reserva mental nenhuma, não fiz um telefonema a pensar nisso, não falei com ninguém a pensar nisso. O Governo sabe quando nos quiser contactar, mas não vamos andar aí a pedir acordo para tachos no Estado. Isso, deixamos para PS e PSD, que são especialistas”, disse.
Interrogado se o Chega vai então afastar-se desse processo, André Ventura corrigiu essa perspetiva, embora continuando a assegurar que não irá fazer “pressão nenhuma” sobre esse tema “.
“Se o PSD entender cumprir a lei, cá estaremos para a fazer cumprir e para ter a nossa responsabilidade. Mas não vou andar a fazer o que José Luís Carneiro anda a fazer, que é andar a pedinchar”, declarou.
Questionado sobre a intenção assumida pelo Governo de fazer descer o IRS já este ano, o presidente do Chega respondeu: “Se o Governo apresentar – até porque é a nossa proposta -, uma descida do IRC e uma descida ou um desagravamento dos escalões do IRS, sabe que conta connosco”, afirmou.
Confrontado com suspeitas relacionadas com a ligação de Manuel Matias, pai da deputada do Chega Rita Matias, a um grupo neonazi desmantelado pela PJ, André Ventura desvalorizou.
“O Manuel Matias, tanto quanto eu sei, está num grupo de Facebook, ou num grupo de Telegram, onde esse grupo [de extrema-direita] também estava. Tanto quanto sei, à extensão total do dia, o Manuel Matias tem zero a ver com esse grupo – grupo, aliás, que o Chega nem sabia que existia”, alegou.
Numa demarcação face a práticas antidemocráticas, André Ventura acrescentou: “A transformação do país é pelos votos. Estamos a ganhar o país pelos votos e não por qualquer outro meio”.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE