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Orquestra Clássica do Centro celebra Camões e João Domingos Bomtempo com concerto evocativo na Sé Nova de Coimbra
A Orquestra Clássica do Centro (OCC) realiza no próximo sábado, dia 7 de junho, pelas 21:00, na Sé Nova de Coimbra, o concerto comentado REQUIEM OP. 23 “À memória de Camões”, da autoria de João Domingos Bomtempo, com direção do seu maestro titular Sergio Alapont.
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Este concerto evocativo de Luís Vaz de Camões assinala o 500.º aniversário do nascimento do poeta nacional bem como o 250.º aniversário do nascimento do compositor João Domingos Bomtempo. O concerto contará com as participações da soprano Sofia Marafona, da mezzo soprano Cláudia Ribas, do barítono Job Tomé, do tenor Maro Alves dos Santos e do Coro Art’ Amoris, dirigido pela maestra Carla Pais.
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Segundo Alexandre Delgado, compositor e instrumentista que comentará o concerto, João Domingos Bomtempo, compositor português que viveu entre 1775 e 1842, encarnou, pela primeira vez, em Portugal, o estatuto do “artista livre do século XIX, que não é servidor de ninguém e escreve segundo a sua inspiração”. Encarnou também a figura do “compositor intérprete virtuoso”, uma das imagens típicas do romantismo.
Bomtempo cresceu numa família ligada à música, tendo-se formado nesta arte e rumado a Paris com 26 anos. Exímio pianista, privou com músicos famosos do seu tempo, como Muzio Clementi e John Field, cujas influências se reconhecem nas suas obras. Bomtempo atuou em muitas cidades francesas, sendo saudado pela crítica como um pianista fora de série e um compositor de mérito. Mais tarde passou uma temporada em Londres, onde também foi bem-recebido e prosseguiu a sua carreira como concertista e compositor. Uma das suas melhores obras e uma obra-prima da música portuguesa, o Requiem à Memória de Camões, coincidiu com a famosa edição monumental d’Os Lusíadas, editada pelo Morgado de Mateus em Paris em janeiro de 1817.
Segundo Alexandre Delgado, “a importância desta obra para Portugal está no facto de marcar a grande ruptura, no domínio da música religiosa, com a influência italiana. Tal como nas sinfonias, Bomtempo seguiu o exemplo dos clássicos vienenses, sendo evidente a influência do Requiem de Mozart. Há uma elevação de estilo que rompe com a ópera: num século XIX marcado em Portugal pelo italianismo e pelo amadorismo, é redentora uma música de tão elevada qualidade”. Ouvida em Paris e em Londres em 1819, a obra teve a sua estreia portuguesa a 18 de outubro de 1821 na igreja de São Domingos em Lisboa, numa cerimónia em memória do general Gomes Freire e dos supliciados de 1817.
Este concerto terá uma nova apresentação no dia 10 de junho, às 17h00, na Igreja Matriz de Penedono. No dia 14 de junho, às 18h30, a Orquestra Clássica do Centro volta a subir ao palco do Grande Auditório do Conservatório de Música de Coimbra para o Concerto CAF Jovens Finalistas, tendo como solistas os vencedores do concurso de alunos finalistas da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra 2025, com a participação de João Balhau (piano), José Pedro Machado e Filipa Ribeiro (percussão) e Martim Fernandes (saxofone) e também Tomás Lyckfeldt, vencedor do Prémio Jovens Músicos 2024, na Categoria de Fagote-Nível Médio.
No dia 19 de junho, com a soprano Marina Pacheco, participa na inauguração das obras de recuperação e restauro da Igreja Paroquial de Malhada Sorda, concelho de Almeida. Já no dia 21 de junho, às 20h00, na Casa de António Fragoso na Pocariça, concelho de Cantanhede, é a vez de participar no VI Concerto Estranho das Janelas Abertas, com o Coro Art`Amoris e Lauro Lira no violoncelo.
Recorde-se que a Orquestra Clássica do Centro conta com o apoio institucional da Câmara
Municipal de Coimbra sendo uma entidade apoiada pela Direção Geral das Artes e celebra
atualmente 24 anos de atividade ininterrupta, desenvolvendo um programa diversificado onde
privilegia o reportório clássico a par do diálogo musical com outras culturas e sonoridades.
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