O jovem acusado de ter matado a tia, em agosto de 2024, em Peniche, remeteu hoje, no Tribunal Judicial de Leiria, onde começou a ser julgado, declarações para momento posterior.
No início do julgamento, o advogado do arguido disse ao coletivo de juízes que este pretende falar, mas após analisar a perícia psiquiátrica que o tribunal determinou.
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Hoje de manhã testemunharam várias pessoas, incluindo familiares da vítima e do arguido, e um inspetor da Polícia Judiciária (PJ).
O arguido, detido preventivamente, está acusado de um crime de homicídio qualificado, outro de roubo qualificado na forma tentada e ainda um de furto qualificado.
Segundo o despacho de acusação, no período entre 22 e 23 de agosto, o homem, de 26 anos, sabendo que a tia vivia sozinha, tinha dificuldades de locomoção e guardava artigos de joalharia e dinheiro proveniente do arrendamento de várias habitações, decidiu ir a casa dela para lhe pedir dinheiro emprestado.
Depois de entrar na casa da mulher, que lhe abriu a porta por ser seu familiar, o arguido pediu-lhe dinheiro para construir uma casa, a que ela “não acedeu”, de acordo com o Ministério Público (MP).
Face à recusa, ao mesmo tempo em que lhe pedia o dinheiro, desferiu-lhe vários murros no rosto, fazendo com que a vítima caísse no chão e perdesse os sentidos.
Para que a tia não viesse a denunciá-lo às autoridades policiais, “decidiu matá-la”, munindo-se de fita-cola e de um casaco de lã, que usou para a impedir de respirar, “matando-a por constrição das vias respiratórias, com a consequente asfixia”.
“O facto de a ofendida não lhe ter emprestado dinheiro não era razão, e muito menos justificação, para que lhe tivesse tirado a vida”, sustentou o MP.
Depois do crime, o jovem revistou a casa toda à procura de dinheiro, que não encontrou, e abandonou a habitação, levando consigo a chave da porta para regressar mais tarde, o que aconteceu “pelo menos três vezes” entre os dias 23 e 26 de agosto, de acordo com a acusação.
Nessas ocasiões, sem o consentimento da tia e dos seus herdeiros, “retirou e levou consigo” garrafas de bebidas alcoólicas e outros artigos, como brincos e anéis de bijuteria, com valor apurado de 378 euros.
Na casa da vítima, deixou pontas de cigarro que tinha fumado e alguns pertences seus.
Como a tia já não era vista há alguns dias, a pedido de familiares, os bombeiros locais foram chamados no dia 25 de agosto para abrir a porta da habitação, através de arrombamento, encontrando a mulher morta, com sinais de violência.
A investigação da PJ levou-a até ao seu sobrinho, que tinha artigos levados da habitação da vítima, na sua casa e automóvel.
O julgamento prossegue no dia 17 de junho às 09:30.
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