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Escândalo: Nestlé adulterava águas minerais e Governo sabia de tudo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 semanas atrás em 26-05-2025

Uma comissão de inquérito do Senado francês revelou que o Governo de Emmanuel Macron terá encoberto o uso de tratamentos ilegais em águas minerais pela Nestlé, incluindo marcas conhecidas como Perrier, Contrex, Vittel e Hépar.

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O relatório denuncia que, durante vários anos, a Nestlé aplicou processos proibidos pela legislação europeia e francesa para evitar a contaminação bacteriana e química em águas vendidas como “água mineral natural” ou “água de nascente”, como consta na EuroNews.

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Apesar da proibição expressa destes tratamentos, as autoridades francesas terão optado por ocultar as práticas da empresa. A comissão considerou que houve uma “estratégia deliberada” de ocultação desde o primeiro contacto do governo com o tema, em outubro de 2021.

No ano passado, a Nestlé reconheceu publicamente a utilização destes tratamentos e aceitou pagar uma multa de 2 milhões de euros para evitar processos judiciais.

A investigação ouviu mais de 120 testemunhas, incluindo dirigentes da Nestlé, e concluiu que a Presidência da República estava ciente da situação pelo menos desde 2022. No entanto, o presidente Macron negou ter conhecimento do caso, afirmando que não houve conluio.

O relatório também destaca que a fraude poderá ter gerado um prejuízo superior a 3 mil milhões de euros, uma vez que a água mineral é vendida a preços até 400 vezes superiores aos da água da torneira, enganando assim os consumidores.

Foi ainda descrito um local onde os tratamentos ilegais eram efetuados, escondidos atrás de armários deslizantes numa fábrica da Nestlé no sul de França.

A empresa defendeu-se argumentando que, sem autorização para estes tratamentos, teria de encerrar fábricas devido à contaminação por bactérias perigosas, como a E. coli, ameaçando milhares de empregos.

Apesar da polémica, não foi provado qualquer dano para a saúde dos consumidores que beberam estas águas tratadas.

O caso deixa em evidência falhas graves de transparência tanto da Nestlé como do Governo francês, levantando questões sobre a fiscalização do setor alimentar em França e na União Europeia.

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