Se alguma vez hesitou ao pegar num ovo de casca azul ou verde, achando que estava estragado saiba que é compreensível — mas infundado. Há galinhas que, por natureza, põem ovos com cascas coloridas. E não, o interior não tem nada de diferente: a clara continua branca e a gema bem amarela.
A cor da casca do ovo deve-se, acima de tudo, à raça da galinha. As conhecidas White Leghorn põem ovos brancos, as Rhode Island Reds e Plymouth Rocks dão-nos ovos castanhos, enquanto raças menos comuns como as Araucanas, Ameraucanas, Dongxiang e Lushi são responsáveis pelos enigmáticos ovos azulados ou verdes.
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Tudo se resume à genética e à bioquímica. A pigmentação da casca resulta de compostos produzidos pelo organismo da galinha, nomeadamente a protoporfirina e a biliverdina — este último responsável pelos tons azulados e esverdeados. São pigmentos relacionados com o grupo heme, o mesmo que dá ao sangue a sua cor vermelha.
Curiosamente, acredita-se que o famoso “gene do ovo azul” tenha tido origem numa mutação genética provocada por um retrovírus há cerca de 500 anos, segundo o British Araucana Club.
Contrariando mitos alimentares, a cor da casca não tem qualquer influência no valor nutricional do ovo. Brancos, castanhos ou azuis, todos são excelentes fontes de proteína, vitamina D, B12 e gorduras saudáveis, indica o Globo.
Também o ambiente, a alimentação e até o nível de stress da galinha podem influenciar a tonalidade da casca, mas não alteram o conteúdo. Ou seja, o que está dentro é igual — saudável e saboroso.
Portanto, da próxima vez que vir um ovo colorido, não se assuste. A natureza gosta de surpreender… até no prato.
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