Coimbra

Última noite e primeiras lágrimas. Finalistas em Coimbra preparam-se para a Serenata

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 12 horas atrás em 22-05-2025

À medida que as doze badaladas da meia-noite se aproximam, a emoção cresce no Largo da Sé Velha. A Serenata Monumental está prestes a começar e com ela, inicia-se oficialmente a Queima das Fitas de Coimbra.

Para muitos finalistas, é o culminar de uma etapa e o início de uma despedida sentida. Jéssica Santos, Marina Martinho, Joana Veiga, Érica Simões e Ana Dias são cinco amigas, finalistas do curso de Direito, que não quiseram faltar àquele que consideram o momento mais simbólico de toda a festa.

“Este grupo começou há cerca de quatro anos, quando éramos todas caloiras. E agora somos muito unidas. É a última serenata, tínhamos mesmo de vir todas juntas”, explica Jéssica, natural de Vila Real, enquanto recorda a correria para conseguir as pulseiras de acesso. “Estivemos na fila desde as 18:00 e tínhamos frequências para estudar… mas não podíamos faltar”, acrescenta.

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Apesar das incertezas sobre o futuro — algumas rumam para mestrados em Lisboa, outras no Porto ou continuam em Coimbra —, há uma certeza partilhada: esta será uma noite para a memória. As fitas já estão escritas, mas ainda não lidas. “Estamos a guardar para o fim. Vai ser muito emotivo, queremos ler todas juntas”, admitem.

E sim, já se fizeram apostas. “Quem é que vai chorar primeiro?” — “A Joana, de certeza!”, dizem.

As amigas não escondem o entusiasmo pelo que aí vem: o cortejo, os concertos e os últimos dias de uma vida académica inesquecível. “Somos um carro de ninfas, cowboys e musas. O melhor carro da queima: o 38!”, afirmam com orgulho, referindo-se ao grupo académico a que pertencem dentro da praxe.

Apesar das despedidas que se avizinham, o espírito é de celebração. Entre o simbolismo das capas traçadas, os abraços apertados e os agradecimentos emocionados às famílias — “beijinhos para os pais, avós, amigos e até para o cão Ken” — há uma certeza: a Queima das Fitas é um marco que ficará para sempre no coração de quem a viveu por dentro.

Com apenas quatro mil lugares disponíveis, a emoção é inevitável para os finalistas, especialmente para as estudantes de Direito, que aguardavam o início da serenata entre risos, memórias e lágrimas contidas.

“Vai haver mil lágrimas aqui”, garante Joana Tomé, finalista de Direito, rodeada pelas colegas Daniela Silva, Constança e Francisca Boralves. “Isto vai ser difícil. Somos finalistas de Direito, é um curso que exige amor, dedicação. Só quem gosta realmente consegue levar até ao fim.”

Emília, Beatriz, Patrícia e Joana, algumas das alunas mais próximas do palco, revelaram que chegaram cedo, por volta das 17:30, para garantir um lugar privilegiado nas escadas, local simbólico para este momento. “Queremos muito estar nas escadas, merecemos, é o nosso último ano”, afirmaram.

A emoção é constante e muito sentida: “Há muitas lágrimas guardadas que só vamos largar quando começar a serenata. Algumas já começaram ao escrever as fitas umas às outras”, contaram, referindo-se às mensagens escritas que trocam entre colegas, familiares e professores.

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