Política
Sem papas na língua: Autarca diz que Chega não quer Nininho Vaz Maia em festa “porque é cigano”

Imagem: Facebook
O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), reagiu com firmeza às críticas do núcleo local do Chega, que se manifestou contra a presença de Nininho Vaz Maia como cabeça de cartaz da Feira de Maio, que decorre entre os dias 22 e 26 deste mês.
Em declarações à rádio Valor Local, o autarca defendeu a contratação do cantor e afirmou que as críticas do Chega têm uma motivação discriminatória. “O Chega de Azambuja não quer o artista na festa porque é cigano”, declarou, recusando qualquer intenção de anular a atuação.
Silvino Lúcio fez ainda uma analogia para evidenciar o que considera um duplo critério. “Se formos por essa lógica, também Miguel Albuquerque, ao ser arguido, não se podia candidatar ao Governo Regional da Madeira”, afirmou.
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A posição do Chega foi tornada pública através de um comunicado, onde o partido expressa desagrado com a escolha do artista, afirmando que este “não dignifica os valores da festa”. No texto, o núcleo local refere que Nininho Vaz Maia “ofende os princípios do Mundo Rural, do Camponês, do Campino, do Cavaleiro, do Folclorista – do Homem Ribatejano, humilde e trabalhador”.
O Chega de Azambuja acusa ainda a Câmara Municipal de “seguir modas” e de apostar numa “pluralidade de gostos” que, segundo o partido, desrespeita as tradições da região.
O cantor, por sua vez, não ficou em silêncio. Numa publicação nas redes sociais, reagiu à polémica com serenidade: “Se eu tinha dúvidas, hoje não me restam dúvidas nenhumas. Tudo a seu tempo. O mais importante é que este sábado estarei na Azambuja e conto com todos vocês. Obrigado por todo o carinho. Beijo grande”, escreveu.
Recorde-se que Nininho Vaz Maia foi constituído arguido no âmbito de uma investigação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, relacionada com suspeitas de branqueamento de capitais e tráfico de droga. Apesar disso, o artista não é apontado como figura central do processo.
A polémica surge poucos dias após o Chega ter sido o partido mais votado no concelho de Azambuja nas últimas eleições legislativas.
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