Política

Luís Montenegro afirma que tem voto de confiança e pede responsabilidade “às oposições”

Notícias de Coimbra com Lusa | 8 horas atrás em 19-05-2025

Imagem: Facebook

O presidente do PSD leu hoje os resultados das eleições como um voto de confiança pessoal enquanto primeiro-ministro, no Governo e no projeto político da AD, prometendo diálogo, mas pedindo responsabilidade “às oposições”.

Em relação a 2024, a AD sobe pelo menos 9 deputados (faltam apurar ainda os círculos da emigração) e cerca de 50 mil votos, totalizando 89 parlamentares e 32,7% dos votos.

A coligação liderada por Luís Montenegro aumentou a diferença em relação aos seus adversários diretos: PS e Chega têm, por enquanto, 58 deputados, quando, na anterior legislatura, PSD e PS tinham os mesmos 78 parlamentares.

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Face a estes resultados, o líder da AD disse “não ver outra solução de Governo” que não passe por PSD e CDS-PP, considerando que “não é crível nem admissível” um cenário, aritmeticamente possível, de uma coligação entre PS e Chega.

“O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro; o povo quer que este Governo dialogue com as oposições, mas o povo também quer que as oposições respeitem e dialoguem com este Governo e com este primeiro-ministro”, salientou.

Questionado se mantém o “não é não” ao partido liderado por André Ventura, disse já ter demonstrado que cumpre a sua palavra. Nesta campanha eleitoral, reafirmou que não conta com o Chega para soluções de Governo.

“Tenho a certeza que vai acabar por imperar o sentido de responsabilidade, não só para a assunção plena de poderes do Governo, mas para condições de execução do programa do Governo em quatro anos”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de haver uma comissão de inquérito sobre a empresa da sua família, a Spinumviva, que esteve na origem da crise política, contrapôs que o que levou a legislativas antecipadas foi “a rejeição de uma moção de confiança na Assembleia da República”, pedindo a todos “respeito pela vontade dos portugueses”.

Na resposta às perguntas dos jornalistas, Luís Montenegro nunca deixou qualquer sinal de distinção entre PS e Chega – falando sempre “nas oposições” -, nem antecipou se falará ou não com a IL em relação à próxima legislatura.

Sobre a possibilidade que tem de fazer uma revisão constitucional sem precisar do PS, o que acontece pela primeira vez em democracia – a AD faz dois terços com Chega e IL -, recusou falar, para já, nesse assunto, bem como sobre um futuro líder socialista.

A AD venceu no domingo em 15 dos 20 círculos eleitorais já apurados: em relação a 2024, recuperou o primeiro lugar em Lisboa, Coimbra, Santarém e Castelo Branco, com mais um deputado em cada um deles; reforçou também a liderança no Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e nos Açores (mais um deputado por cada um destes círculos).

Ou seja, no território nacional, a coligação PSD/CDS-PP só não venceu nos distritos mais a Sul: Faro, Beja, Évora, Portalegre (onde voltou a não eleger) e Setúbal.

Em 2024, a AD tinha vencido 12 dos 22 círculos: Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Leiria, Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, Açores, Madeira e Fora da Europa.

A coligação subiu, em relação há um ano, cerca de quatro pontos percentuais, mas ficou aquém da anterior vitória da coligação Portugal à Frente, de Pedro Passos Coelho, que obteve em 2015 36,8% dos votos e 102 deputados, mas não conseguiu governar.

O ambiente no hotel em Lisboa onde a AD acompanhou a noite eleitoral esteve sempre animado e a sala principal foi-se enchendo para ouvir os discursos finais dos líderes partidários, com alguns apupos ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, quando reiterou as críticas de falta de idoneidade a Luís Montenegro, e aplausos quando anunciou que abandonará a liderança dos socialistas.

Já a conferência de imprensa de André Ventura – que a sala não acompanhou na totalidade, sendo interrompido pelos hinos de campanha da AD – teve menos assobios do que a do ainda líder socialista e até do que algumas das perguntas dos jornalistas.

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