Nos últimos anos acompanho a política nacional e como estrangeira, não faço comentários. Mas há um limite ténue que ultrapassarei sem constrangimento.
Conhecem aquela história em que os homens bons saem de cena? A situação basilar é essa. Para ser político é preciso ser uma pessoa boa. Porque o “bom” vem do latim, deu bónus e bondade, entenda-se “qualidade do que é bom, e que traz benefícios”.
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Por que insisto no “político bom”? Porque identifico no político bom o homem que poderá fazer o contrário do que tem sido feito até agora. O que pensa no todo, e beneficia os cidadãos, serve o bem comum.
Acredito que estas eleições legislativas não afagam a esperança, nem amenizam os danos colaterais de mais uma eleição. O que o país precisa é de um homem bom, com uma equipa boa e, também, de eleitores com memória.
Os sacrificados são os mesmos de sempre: o povo.
Mas, quem é o povo?
É aquele que o político diz a quem empresta a voz. Mas, a voz está embargada, rouca, e, às vezes, silenciosa.
Eles não entendem a linguagem popular que anseia por melhores condições de vida. Os direitos constitucionais ainda são promessas de palanque – não é admissível que a lei seja letra morta. A política não pode ser um exercício de casos, mas de causas. O poder com as mãos sujas não credibiliza e contribui para a sua má reputação.
O mundo ideal já existe, precisamos apenas de um AUGUSTO. Mas não é um nome próprio? Nos primórdios não era, tratava-se de um adjetivo que queria dizer “respeitável, sagrado”. Na sua origem talvez a semântica de “consagrado pelos áugures”.
Morreu um homem bom, o ex-presidente uruguaio, José “Pepe” Mujica, uma das figuras mais emblemáticas da política latino-americana. Ele dizia ser possível um político viver com pouco, numa casa simples e um carro velho. E ainda, lembrou que “o mundo está louco, porque o normal surpreende”.
OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA
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