Coimbra

Estudantes protestam contra exclusão do Polo II do traçado do Metro Mondego

Notícias de Coimbra | 2 meses atrás em 15-05-2025

Imagem: Beatriz Bento (NEEEC/AAC)

Mais de uma centena de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) manifestaram-se esta terça-feira, 14 de maio, contra a exclusão do Polo II do traçado do Metro Mondego.

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A ação, organizada pelo movimento Somos Polo 2 e pelo Magnum Consilium Veteranorum, denunciou a falta de transportes públicos adequados, recorrendo a uma manifestação simbólica sob forma de praxe estudantil: a construção de um caminho de gravilha entre o Polo II e a futura paragem mais próxima do novo sistema de mobilidade, na Portela.

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A manifestação, com o mote “Metro para a frente, Polo 2 para trás”, decorreu de forma pacífica e contou com o apoio de várias estruturas da Universidade de Coimbra, incluindo o Diretor da FCTUC, Professor Doutor Edmundo Monteiro, e a Provedora do Estudante, que estiveram presentes em solidariedade com os protestos.

Segundo os organizadores, esta ação resultou de várias reuniões formais com a Câmara Municipal de Coimbra, os SMTUC (Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra) e a equipa responsável pelo Metro Mondego. Apesar da abertura ao diálogo, não foram apresentadas soluções concretas, o que agravou o sentimento de abandono por parte da comunidade académica do Polo II.

Em declarações aos meios locais, Diogo Flórido, presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da AAC, denunciou décadas de negligência em relação às necessidades de mobilidade da comunidade do Polo II, composta por mais de sete mil pessoas entre estudantes, docentes e investigadores. Segundo o estudante, a construção do Metro Mondego representava uma oportunidade única para resolver um problema crónico, mas, mais uma vez, o Polo II foi ignorado no planeamento.

Atualmente, a paragem mais próxima da nova linha do MetroBus situa-se na Quinta da Portela, a mais de um quilómetro do Polo II, e os caminhos de acesso não oferecem condições de segurança ou acessibilidade adequadas. Os estudantes alertam para os impactos negativos desta situação, como atrasos frequentes, sobrelotação nos autocarros, horários desajustados e até faltas a aulas e avaliações. Um relatório recente indica que mais de 98% dos estudantes do Polo II utilizam transportes públicos, mas enfrentam falhas sistemáticas que afetam o desempenho académico e a saúde mental.

Para além disso, a comunidade académica manifesta preocupação com a possibilidade de motoristas dos SMTUC abandonarem os seus postos para se juntarem ao Metro Mondego, devido às melhores condições oferecidas pelo novo sistema. Esta mudança poderá fragilizar ainda mais a já limitada rede de transportes que serve o Polo II, sem que exista garantia de reforço ou reestruturação compensatória.

A construção simbólica dos 60 metros de caminho em terra batida, ligando o Polo II ao início da Quinta da Portela, foi um gesto dos estudantes para mostrar que “é possível fazer alguma coisa” e para exigir que as entidades responsáveis parem de ignorar as suas necessidades. “Já não aceitamos mais esperar — nem por autocarros que não chegam, nem por decisões que não vêm”, concluiu Diogo Flórido.

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