Política

Antigo primeiro-ministro italiano defende em Coimbra plano de defesa baseado na interoperabilidade de meios militares da Europa

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 14-05-2025

 O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi defendeu hoje a necessidade de se criar um plano de defesa baseado na interoperabilidade de todos os meios militares da Europa.

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“Temos de criar um plano de defesa europeu baseado na interoperabilidade de todos os meios militares que temos: terrestres, marítimos, aéreos e espaciais”, sublinhou.

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Na sua intervenção na 18.ª cimeira Cotec Europa, que decorreu ao longo de dois dias em Coimbra, Mário Draghi aludiu às “ameaças crescentes” da Rússia, que “vê a Europa como um inimigo a enfraquecer através de uma guerra híbrida”.

“Há dez anos, invadiu a Crimeia e há três anos começou a invadir a Ucrânia. Mas, à medida que esta ameaça foi aumentando, pouco fizemos para reforçar a nossa defesa comum”, lamentou.

No seu entender, os exércitos europeus deveriam ter “uma cadeia de comando comum”, para se tornarem relevantes do ponto de vista militar.

Mário Draghi apontou ainda a necessidade de se criar um ciberespaço europeu seguro, através de “uma maior coordenação e investimento em tecnologias digitais comuns”.

“Dizer que tudo isto é uma utopia e impossível de concretizar, é o mesmo que aceitar a nossa irrelevância militar”, acrescentou.

Segundo o antigo presidente do BCE, é também necessário “reformar drasticamente a interação entre a União Europeia e as agências espaciais”.

“Precisamos de um envolvimento muito maior do setor privado. Por exemplo, nos Estados Unidos, 50% do investimento espacial é financiado pelo setor privado, mas na Europa o setor público financia 80% do investimento total”, indicou.

Já em termos de cibersegurança e de inteligência artificial, evidenciou a necessidade se se apostar numa área que tem de assegurar a proteção de dados altamente sensíveis em áreas como a ciência, a defesa, a saúde ou as finanças.

No que toca a energia, afirmou a necessidade de se levar a cabo “um grande plano de investimento a nível europeu para construir as redes e interligações necessárias para tornar uma rede baseada em energias renováveis adequada à transformação energética” que a Europa aspira.

“Em segundo lugar, precisamos de reformar a forma como o nosso mercado da energia funciona”, para além de “estar preparados para utilizar todas as fontes de energia limpa possíveis”.

Os chefes de Estado de Portugal, Espanha e Itália, com discurso na sessão de encerramento da 18.ª cimeira Cotec Europa, assistiram à intervenção de cerca de meia hora do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi.

A COTEC é uma associação empresarial que trabalha em rede com instituições de Portugal, Espanha e Itália, realizando um encontro triangular, todos os anos, de forma rotativa em cada um dos países, reunindo líderes empresariais, académicos e decisores políticos para debater desafios de competitividade e crescimento económico do bloco europeu, com base nos relatórios Heitor, Letta e Draghi.

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