Coimbra
“Que cultura para Coimbra?”. Candidatos às Legislativas debatem sobre o programa para a Cultura

Pedro Machado (AD), Pedro Delgado Alves (PS), Miguel Cardina (BE), Catarina Graveto (IL), João Fontes da Costa (PAN) e André Carvalho (Livre) estão confirmados para participar no debate organizado pelo Anozero – Bienal de Coimbra, dia 15 de maio, quinta-feira, pelas 18h30, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
De entre todos os títulos de «capital» que Coimbra já teve ou tentou ter, a Cultura é um dos que sobressai. Embora durante algum tempo as frases «não acontece nada em Coimbra» ou «quando acontece, acontece tudo no mesmo dia» tivessem sido comuns, hoje a cidade mostra que, de facto, muita coisa acontece.
PUBLICIDADE
De acordo com dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) disponibilizados pela Pordata relativos a 2023, depois de Lisboa e do Porto, Coimbra é o município com mais espaços para espetáculos ao vivo em Portugal. Mas não é só ter equipamentos – eles são efetivamente usados: de acordo com a mesma fonte e para o mesmo ano, Coimbra mantém a 3.ª posição no número de sessões de espetáculos ao vivo. Foram contabilizadas 1728 sessões. Em Aveiro, o mesmo indicador dá conta de 500 espetáculos, 491 em Braga e 355 em Guimarães.
Além dos espetáculos ao vivo, Coimbra apresenta várias singularidades no panorama cultural nacional – por exemplo, tem um amplo espaço urbano classificado como Património Mundial pela UNESCO, organiza a maior bienal de arte contemporânea na Península Ibérica e acolhe uma das mais importantes coleções de fotografia contemporânea. Na cidade encontram-se, aliás, 10% dos equipamentos da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, incluindo os três espaços do CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra), a mais antiga instituição que se dedica à arte contemporânea no país, fundada em 1958.
Nas artes performativas, desde os seminais TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) e CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) até ao trabalho continuado d’A Escola da Noite e do Teatrão. Também na dança surgem cada vez mais projetos a conquistar espaço para criadores e públicos.
O trabalho de interligação entre Educação e Cultura está presente em vários projetos e em vários níveis de ensino, desde o Conservatório de Música de Coimbra ao Colégio das Artes e da Universidade de Coimbra (UC).
A cidade dispõe de um total de quase três dezenas de espaços museológicos, incluindo um museu nacional, centros de arte e espaços patrimoniais com coleções visitáveis. São também quase 30 os coros existentes, entre profissionais e amadores, a provar a vitalidade da cidade que na música sempre foi berço de vanguardas, do jazz ao rock. Destaca-se o papel do Jazz ao Centro Club na promoção e divulgação musical, ancorada no emblemático Salão Brazil.
Coimbra tem duas bibliotecas com depósito legal, o que só acontece noutra cidade: Lisboa. Há mais seis bibliotecas com este estatuto (Porto, Braga, Évora, Funchal, Angra do Heroísmo e Rio de Janeiro). Os Caminhos do Cinema Português são o mais longevo festival dedicado à produção nacional na 7.ª arte.
Na arquitetura, a cidade apresenta-se como um percurso urbano que atravessa um arco temporal que começa ainda antes dos alicerces romanos do Criptopórtico do Museu Nacional de Machado de Castro e passa pelo arranjo das margens do Mondego ligadas pela muito premiada ponte pedonal Pedro e Inês.
A umbilical relação da cidade com a UC (e suas vastas ramificações) é fundamental nesta relação com a cultura, incluindo a cultura científica, que aqui encontra terreno fértil.
Como a cultura não se resume a estes números, na quinta-feira, 15 de maio, os candidatos pelo círculo de Coimbra reúnem-se para apresentar algumas das suas ideias para os próximos quatro anos. A moderação está a cargo de Francisco Sena Santos e Filipa Queiroz. Foram contactados os candidatos da CDU e do Chega mas, até ao momento, não foi obtida resposta.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE