Uma investigação recente realizada nos Estados Unidos vem lançar um alerta sobre os perigos de morar perto de campos de golfe.
Apesar da tranquilidade e da paisagem cuidada que estes espaços oferecem, os residentes próximos podem estar expostos a um risco acrescido de desenvolver a doença de Parkinson.
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O estudo, conduzido ao longo de mais de 20 anos em Minnesota e Wisconsin, analisou dados de mais de 5.500 pessoas. Os resultados indicam que quem vive a menos de 1,6 km de um campo de golfe tem mais do dobro da probabilidade de vir a sofrer de Parkinson em comparação com quem vive a mais de 9,6 km.
Segundo a neurologista Brittany Krzyzanowski, investigadora principal do estudo, a principal suspeita recai sobre os pesticidas usados na manutenção dos relvados dos campos de golfe. Estas substâncias químicas, aplicadas regularmente para manter a vegetação impecável e livre de pragas, poderão estar a contribuir para a degradação neurológica de quem reside nas imediações.
A investigação, publicada na JAMA Network Open, revelou ainda um padrão claro de risco proporcional à proximidade: quanto mais perto do campo de golfe, maior a probabilidade de desenvolver a doença. Por cada quilómetro adicional de distância, o risco reduz-se em cerca de 13%, estabilizando a partir dos cinco quilómetros.
Este é o estudo mais abrangente até agora a explorar a ligação entre pesticidas usados em campos de golfe e o aparecimento de Parkinson — uma suspeita antiga da comunidade científica, mas até agora pouco documentada.
As conclusões lançam questões importantes sobre a regulação da aplicação de químicos nestes espaços e sobre a necessidade de repensar o planeamento urbano em zonas residenciais próximas de infraestruturas desportivas com forte manutenção química.
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