É uma sensação estranha e súbita: está a adormecer e, de repente, o corpo estremece como se estivesse a tropeçar ou a cair.
Este fenómeno é conhecido por espasmo hipnótico e, embora seja inofensivo na maioria dos casos, continua a intrigar os cientistas.
Estima-se que entre 60% a 70% da população já tenha experienciado este tipo de sobressalto involuntário ao adormecer. Em situações mais recorrentes, o fenómeno é classificado como mioclonia do sono, uma condição em que ocorrem espasmos musculares repentinos e involuntários durante a transição para o sono ou mesmo durante fases mais profundas.
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O que se sente pode variar: há quem tenha a perceção de estar a cair, outros sonham que tropeçam ou são empurrados. Acordam com um sobressalto, muitas vezes com o coração acelerado e sem compreender o que aconteceu, pode ler-se na Forever Young.
Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, não existe ainda uma explicação única ou definitiva para a origem destes espasmos, mas os investigadores apontam vários fatores que os podem desencadear: níveis elevados de cafeína, exercício físico intenso, privação de sono e situações de stress.
Um estudo publicado em 2016 na revista Sleep Medicine sugere que estes espasmos têm origem numa área profunda do cérebro responsável por gerir emoções, funções cognitivas e relações sociais. Já uma investigação de 2018, citada na Current Sleep Medicine Reports, encontrou uma maior incidência destes espasmos em pessoas com doenças neurológicas, como Parkinson, enxaquecas crónicas ou lesões cerebrais.
Apesar de desconfortáveis, os espasmos hipnóticos são considerados benignos e, na maioria dos casos, não requerem tratamento. No entanto, quando frequentes e perturbadores do sono, é aconselhado procurar orientação médica, sobretudo para excluir causas mais complexas.
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