“Deus criou o homem porque adora histórias”, escreveu Elie Wiesel, escritor judeu, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz, em 1986. A citação de Wiesel faz rememorar a ideia de que as histórias que lemos ou contamos permanecem no tempo, mesmo depois de nós.
Uma ode ao leitor é uma celebração àqueles que habitam páginas, linhas e subtexto. O cúmplice silêncio que oferece sentido às letras. O herdeiro dos suspiros dos poetas, das inquietudes dos cronistas e das fábulas dos narradores.
Com as palavras que se lançam ao papel, reside, talvez, uma imagem que faz pulsar cada frase. O leitor, não é mero espectador, mas o coração vivo de todas as histórias e reflexões.
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Ele, que mergulha nas entrelinhas, descobre os segredos que o autor gostaria de guardar. Com olhos atentos, desenha mundos inteiros e perde-se, felizmente, nas curvas de um texto. A solidão das palavras encontra a companhia que o escritor, longe do anonimato, celebra, com o seu pensamento em busca da alteridade. Por isso, o leitor, é farol, abrigo e, também, revolução.
Cada página, que se transforma nas suas mãos, é o testemunho da leitura que se recusa a ser passiva; é um ato criativo que se transforma e renasce. É a casa que dá voz ao silêncio e música como melopeia dos sentidos.
O leitor é, talvez, a biblioteca em viagem, o homem que atravessa o espaço e o tempo e se perpetua através do que lê e vive.
OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA
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