O Franklin, camarada de motores e geradores que no quartel crismámos de franquelete que é a tranca do capacete do bombeiro, é um relho.
Lembrei-me dele porque adoro Coimbra, que há dias me suscitou vivas recordações.
Minha mãe, nos CTT e em estágio, levou-me de Coimbra para Lisboa de comboio. O mesmo que aqui há dias saiu em retrato de jornal. O Foguete e o meu espanto de comboio “acatifado”. E rápido na missão. Por aqui se mede o nosso atavismo.
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Coimbra, regresso, deixou de ser clássica. Perdeu proximidade, “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte”, diria Camões.
Não é mais a locomotiva do Centro. Temos de procurar âncora em Aveiro, tem porto de mar. Castelo Branco, o meu rincão, não destila. A Guarda afunila. Leiria em defeso, Viseu, meu almoxarifado, mofa.
Calma, também não descarrilámos e os universitários estão a reforçar os milhões de euros gastos nas semanas académicas.
Quase, como o ministro do descaramento, o qual constatou que Portugal trabalha só com energia produzida no país, graças às torres eólicas painéis solares e por aí fora.
Se nos lembrarmos como tudo começou, em 2002 e, depois, com grande visão e embalo em 2005, temos a presumida governação, essa perceção que durante anos nada se fez, nada se resolveu! Gabarolices. Ou fanatismo sobrevivente. Mas para isso, o original é melhor que a cópia.
E, querendo melhorar a cópia, embalam na deportações, no reforço da fronteira, enquanto, impávidos, vemos como na concentração ilegal de extrema-direita, em Abril, está a mão do Estado, que alberga nas forças de segurança essa rapaziada dos motins. Ergue-te, grito eu quando a velhice assaca a minha cama grande. Tal como se fora passear para inaugurar. Milhares, rápidos, de quilómetros a fazer prova de vida, sem decoro, até na lambuzice de um concurso para 27 quilómetros do IP3. Essa nacional indigência, onde estão os extremados, que deveria corar todos os partidos que governaram este país desde 1990.
Creio mesmo, que podiam aproveitar a campanha estatal e visitar concelhos onde nunca puseram pés e que talvez, nem dos mapas conheçam.
É preciso é clientela, colégios, casinos, gasolineiras, jornais, já que da campanha o grande ausente é o mundo.
Não há geopolítica, nem defesa, que estes assuntos não se discutem. Tão pouco o reforço da União Europeia e a expulsão de todos os países, que no estertor da cortina de ferro, nos viram como farol e hoje estão a minar a nossa identidade por dentro.
E do país, teve de vir, de novo e que se elogie a coragem, Rui Rio a fazer a leitura certa. Comunicados da Procuradoria-Geral da República não podem condicionar voto. Como disse Rio, voz lúcida do país, “interferência na vida política nacional”. E, ainda Rio, “uma novidade adicional que é atuar em cima de campanhas eleitorais, com a figura da averiguação preventiva e, como há um candidato a primeiro-ministro com uma averiguação preventiva, arranjaram outra para outro candidato ao cargo. Isto não é aceitável num estado de direito democrático”.
Pois não é. Os últimos 20 anos mostram a falta de Estado em Portugal.
E eu, regresso ao Franklin, para me arranjar um capacete GALLET, 600 paus para a cabeça e maior cobertura contra o calor radiante. Em suma, estabilidade!
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