Saúde

Jovem está há 6 anos sem fazer xixi

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 semanas atrás em 16-04-2025

Imagem: DR

Anna Gray, uma jovem britânica de 27 anos, enfrentou um longo e angustiante percurso até obter o diagnóstico correto para a sua condição rara e debilitante.

Após quase seis anos de sofrimento físico e emocional, Anna foi finalmente diagnosticada com Síndrome de Fowler, uma doença funcional rara que afeta o trato urinário, após uma série de visitas a hospitais e inúmeras tentativas frustradas de encontrar respostas.

A história de Anna começou em dezembro de 2018, quando ela acordou no meio da noite com uma vontade urgente de urinar, mas não conseguiu. “No dia anterior estava tudo bem. De repente, não conseguia fazer xixi, por mais que tentasse. Bebi água, sentei-me na banheira, ouvi o som da água a correr… nada resultou”, relatou Anna ao The New York Post, explicando o sofrimento de passar cinco dias sem conseguir urinar.

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Apesar das suas queixas, Anna enfrentou a incredulidade dos médicos, que sugeriram que poderia estar a exagerar ou a recordar os acontecimentos de forma errada. A luta para fazer com que acreditassem nela foi um dos momentos mais difíceis. As dores intensas levaram-na a retornar ao hospital, onde os exames revelaram que a sua bexiga estava com mais de um litro de urina acumulada — cerca de quatro vezes a capacidade normal. Para aliviar a pressão, os médicos recorreram a um cateter, descrevendo a dor como “semelhante a estar a ser esfaqueada na bexiga”.

Após meses de tentativas frustradas para conseguir urinar naturalmente, foi finalmente diagnosticada com Síndrome de Fowler em outubro de 2019, uma condição rara que afecta principalmente mulheres jovens e resulta na incapacidade do músculo do esfíncter uretral de relaxar adequadamente, causando retenção urinária, espasmos na bexiga e dor intensa.

Sem cura conhecida, Anna teve de aprender a autocateterizar-se cinco vezes por dia para esvaziar manualmente a sua bexiga, o que melhorou o seu estado físico, mas não impediu as infecções recorrentes. Além disso, a condição teve um forte impacto na sua saúde mental, levando-a até a ser internada no hospital por questões emocionais. “Aceitar que era uma condição para a vida foi muito difícil. No ano passado, estive internada por causa da minha saúde mental”, afirmou Anna, que continua a lutar para adaptar-se à nova realidade.

Hoje, a jovem encontra algum alívio e apoio na comunidade online de pessoas com Síndrome de Fowler, onde pode partilhar as suas experiências e sentir-se compreendida. “Ao início, pensei que era a única pessoa no mundo a passar por isto. É uma situação extremamente isolante. Mas encontrar outras pessoas que entendem o que estou a viver foi incrível”, confessou.

Apesar da gravidade da doença, Anna tem aprendido a viver com ela e a superar os desafios diários. “Já me habituei ao saco. Uso calções e tops onde se vê — já não me incomoda. As pessoas fazem perguntas e eu respondo com naturalidade”, diz, refletindo sobre a sua jornada.

A Síndrome de Fowler, embora rara e pouco conhecida, tem vindo a ser cada vez mais reconhecida graças à partilha de experiências de pessoas como Anna, que, apesar de tudo, continua a encontrar força e esperança para enfrentar os desafios da vida.

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