O guitarrista Carlos Paredes vai ser homenageado na Biblioteca Municipal de Coimbra por ocasião da celebração do centenário do seu aniversário, que se celebra a 16 de fevereiro. “Carlos Paredes: Uma Guitarra Intemporal” é uma mostra bibliográfica que inclui discos de vinil, CDs, monografias e periódicos do acervo da biblioteca, que abre no dia 12 de fevereiro e pode ser visitada gratuitamente até 14 de março, na sala do serviço de empréstimo.
As comemorações do centenário do nascimento de Carlos Paredes continuam a surgir no universo municipal. No próximo dia 12 de fevereiro, a Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai inaugurar a mostra “Carlos Paredes: Uma Guitarra Intemporal”, na sala do serviço de empréstimo da Biblioteca Municipal. A mostra pode ser visitada gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 19h30, e aos sábados das 13h30 às 19h30, até ao dia 14 de março.
No dia da abertura da mostra, na próxima quarta-feira, vai realizar-se um “Elogio a Carlos Paredes”, por Jorge Cravo, seguido de um apontamento musical de variações de Carlos Paredes, por Simão Mota e Tiago Zé (guitarra de Coimbra) e Vasco Rodrigues (viola).
PUBLICIDADE
No próximo dia 16 de fevereiro, celebra-se 0 100º aniversário do nascimento de Carlos Paredes, em Coimbra. O mestre da guitarra viria a falecer em Lisboa, aos 79 anos, a 23 de julho de 2004, onde foi funcionário administrativo do Hospital de São José (arquivo de radiologia) até à aposentação. Seguidor de uma tradição familiar de guitarristas, Paredes conseguiu dar à guitarra de Coimbra uma dimensão que extravasou os muros da cidade e as fronteiras do país. Desenvolveu, em simultâneo, dois caminhos musicais: um genuinamente coimbrão e um outro mais erudito e universal. Tanto assim é que, em 1989, Paul McCartney escolheu o tema “Dança”, do álbum “Guitarra Portuguesa”, para preencher o tempo antecedente ao início dos espetáculos da sua digressão mundial.
Carlos Paredes foi não só continuador da técnica do pai, Artur Paredes, como introduziu um novo estilo que, com o passar dos anos, se assumiu como uma nova escola na execução da guitarra de Coimbra: um pulsar forte e apoiado, numa dedilhação bem coordenada entre o indicador e o polegar – técnica que já vinha do seu pai –, mas por ele muito mais apurada; predomínio das modulações acústicas com base no vibrato das cordas e das suspensões (que dependiam muito do seu estado de espírito e da inspiração de momento); uma execução ritmada pela sua respiração; e tudo isto tendo como base um profundo conhecimento e um domínio perfeito da escala da guitarra que o conduzia a momentos de pura improvisação. Apelidado o “homem dos mil dedos”, é o expoente máximo da guitarra de Coimbra e uma figura única e inimitável na história da guitarra em Portugal.
A Biblioteca Municipal de Coimbra promove, paralelamente, a atividade “Regresso ao Vinil”, que permite a audição dos discos de vinil do acervo discográfico. Nos dias 12 e 26 de fevereiro – os dias habituais desta atividade são às quartas-feiras na segunda e na quarta semana de cada mês – vão estar em destaque os discos de Carlos Paredes ou outros da preferência dos leitores da Biblioteca Municipal, disponíveis no período entre as 14h00 e as 17h00.
Recorde-se, ainda, que por ocasião do centenário de Carlos Paredes, o Convento São Francisco vai acolher dois concertos, nos dias 15 e 16 de fevereiro, e, ainda, a apresentação do livro “Carlos Paredes – A Guitarra de um Povo”, com a presença do autor Octávio Fonseca, no dia 16 de fevereiro.
PUBLICIDADE