Ninguém sabe quando ou como surgirá a próxima pandemia, catástrofe natural ou até guerra, mas esta imprevisibilidade não nos deve impedir de nos prepararmos, com a devida antecedência, para a enfrentarmos e mais facilmente a ultrapassarmos. Apesar de ser difícil imaginar a próxima grande crise, é possível utilizarmos as lições retiradas de experiências anteriores para termos as ferramentas necessárias para assegurar uma preparação bem-sucedida.
No Parlamento Europeu, estamos a trabalhar há mais de um ano numa lista de aprendizagens que a UE adquiriu durante a recente crise sanitária.
No Parlamento Europeu, estamos a trabalhar há mais de um ano numa lista de aprendizagens que a UE adquiriu durante a recente crise sanitária. Temos a certeza de que a União Europeia reagiu com todos os instrumentos à sua disposição e é evidente que a sua liderança, especialmente para impulsionar a investigação e o desenvolvimento de vacinas, bem como a coordenação a nível da União em todas as áreas da saúde, foi crucial para salvar milhões de vidas ao longo destes últimos três anos.
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Mas podemos e devemos fazer melhor. Por isso, recomendamos que a UE se torne mais autossuficiente em matéria de saúde, nomeadamente na produção de medicamentos. Tem de evitar a dependência de países terceiros. Precisa de aumentar a sua capacidade de produção, diversificando ao mesmo tempo a sua cadeia de abastecimento global e assegurando uma melhor coordenação das estratégias nacionais de saúde. É disto que precisamos de dispor para enfrentarmos a próxima crise. A reindustrialização da Europa com um setor farmacêutico competitivo reforçará ainda mais a autonomia estratégica de abertura da UE em matéria de saúde. Este deve ser o nosso objetivo para evitar a repetição dos erros do passado.
Não precisamos de prejudicar as empresas europeias com restrições extremas e inesperadas.
É crucial que a UE estabeleça regras claras – regras que signifiquem que não precisamos de voltar a fechar escolas ou parlamentos durante tanto tempo. Não precisamos de prejudicar as empresas europeias com restrições extremas e inesperadas. Não devemos colocar os mais vulneráveis numa situação em que se sintam ainda mais fracos, mais assustados e incapazes de compreender as medidas que o seu país está a tomar. Por esta razão, é também muito importante aprender com a disseminação da desinformação, que teve um impacto ainda mais devastador durante a crise. Precisamos de uma proteção reforçada contra a desinformação e as campanhas de propaganda, incluindo contra os ciberataques que visam serviços essenciais.
O Parlamento Europeu aprovou, na sessão plenária de julho, uma lista de recomendações, mas não vamos ficar por aqui. Continuaremos a trabalhar para garantir que a maioria das propostas seja posta em prática o mais rapidamente possível. Queremos que o relatório final da COVI (comissão especial sobre a pandemia de COVID-19) seja um caminho para o futuro da Europa – uma Europa capaz de enfrentar qualquer ameaça não só à nossa saúde, mas também à nossa segurança, ao nosso bem-estar e, também, estilo de vida.
OPINIÃO |
Dolors Montserrat, Eurodeputada, ex-Ministra da Saúde de Espanha
Lídia Pereira, Eurodeputada, Presidente da Juventude do Partido Popular Europeu
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