Política

Chega quer aumentar em 150% os níveis de construção atuais

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 28-08-2023

O líder do Chega anunciou hoje que vai propor no parlamento um programa de incentivo à construção de habitação para uma década, com o objetivo de aumentar em 150% os níveis de construção atuais, sobretudo nas grandes cidades.

PUBLICIDADE

publicidade

No final de uma ação do partido em Lisboa, na zona da Almirante Reis (freguesia de Arroios), anunciada como uma visita a uma área de pessoas sem-abrigo, André Ventura disse ter querido hoje dar destaque a estes cidadãos, dentro do problema mais vasto da habitação, cujo número diz ter aumentado 1000% desde o início do século.

PUBLICIDADE

“O Chega vai propor um grande programa de incentivo à construção em Portugal para uma década, que passa pela diminuição dos impostos dos materiais de construção e pela redução drástica da burocracia”, anunciou.

Questionado se estas medidas vão ter algum efeito na população sem-abrigo, o líder do Chega respondeu afirmativamente.

“Se construirmos mais, esse aumento de construção não abrange só casas para a classe média, mas casas ditas sociais. Se conseguirmos aumentar em cerca de 150% o nível de construção, sobretudo nas grandes cidades, nós também teremos margem, a nível municipal e nacional, para atribuir casas a pessoas que não tenham o mínimo de rendimentos”, defendeu.

Foram poucas as pessoas sem-abrigo que Ventura encontrou na rua a meio da tarde, tendo conversado com elementos da associação de moradores, junto a várias tendas montadas ao longo da Avenida Almirante Reis (e que serão ocupadas sobretudo à noite).

Questionado se esta ação se insere numa maior preocupação social do Chega, Ventura diz que o partido está “onde sempre esteve”.

“Temos de distinguir entre pessoas sem-abrigo e subsidiodependentes, sempre tivemos uma preocupação grande com quem não tem condições para se sustentar e sustentar as suas famílias, o que é diferente dos que têm condições para trabalhar e não querem”, afirmou.

Ventura salientou que, ao contrário do que acontecia nos anos 2000, muitas das atuais pessoas em situação de sem-abrigo “trabalham e não conseguem pagar casa” ou outros são pessoas “sem condições para trabalhar”.

“O Chega mantém-se firmemente numa luta brutal contra a subsidiodependência”, frisou.

Sobre o programa de incentivo à construção, que promete apresentar em setembro no parlamento, Ventura defendeu que o mesmo deveria ser financiado pelos fundos já existentes no Plano de Recuperação e Resiliência, dizendo que a Comissão Europeia foi sensível aos problemas de habitação em outros Estados membros, pelo que seria possível a realocação de verbas.

Para o líder do Chega, o aumento da construção poderia ser “o primeiro ponto de consenso” pedido pelo Presidente da República para este setor – na mensagem em que vetou parte do pacote ‘Mais habitação’ do Governo, que irá ser reconfirmado no parlamento -, lamentando que a abordagem do executivo tenha sido “tudo menos consensual”.

“Não vamos ter nenhum milagre, a menos que ocupemos a casa das pessoas à maneira socialista, que penso que nenhum país moderno quer, só temos uma solução: construir mais”, disse, sugerindo, por exemplo, que o Governo pudesse dar incentivos fiscais específicos para a construção de residências universitárias.

André Ventura reconheceu que o problema é complexo, uma vez que a diminuição da construção teve também a ver com a pandemia de covid-19, a guerra ou a falta de mão-de-obra.

“Não há soluções mágicas, o problema não se resolve de um dia para o outro, mas a solução é construir mais, não ocupar, nem aumentar impostos, nem destruir o Alojamento Local. Aí divergimos radicalmente da esquerda”, frisou.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE