Depois da divulgação, há cerca de um mês, da taxa de imobilização dos SMTUC e da análise técnica da frota, a CM de Coimbra apresentou hoje, dia 09 de fevereiro, o Plano de Renovação da Frota e de melhoria do desempenho das áreas afetas à Divisão de Equipamento e Manutenção dos SMTUC. A apresentação, que decorreu no Salão Nobre do Município, contou com a presença do presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, da presidente do Conselho de Administração (CA) dos SMTUC, Ana Bastos, bem como dos vereadores Carlos Matias Lopes e Miguel Fonseca, que também integram o CA, e da diretora delegada dos SMTUC, Maria João Melo.
A autarquia sublinha “que apresentação decorreu apenas depois de o plano ter sido divulgado previamente a todos os partidos com representação na Assembleia Municipal. Nas cinco reuniões foi possível apelar a todos os partidos para o envio de contributos para o Plano de Renovação da Frota e de melhoria do desempenho dos SMTUC nos próximos 15 dias, sendo que depois o Plano será formalmente apresentado em Reunião de Câmara”.
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“Os SMTUC são um desígnio de todas as forças políticas”, referiu José Manuel Silva, caracterizando este como um “plano de salvação municipal”. O presidente da CM de Coimbra sublinhou ainda que o plano representa o “maior investimento alguma vez feito nos SMTUC”, acrescentando ainda que este é um documento “flexível” e que será adaptado, quer às oportunidades de financiamento, quer à futura integração com o Metrobus.
“Face às dificuldades que os SMTUC têm em assegurar a oferta programada, à frota disponível não ser suficiente para responder às necessidades, à constante supressão de horários e reformulação da oferta, à oferta reduzida e pouco fiável e à falta de confiança nos serviços; entendeu-se urgente um plano de renovação da frota dos SMTUC e de melhoria da produtividade do seu setor de manutenção, para colmatar estas dificuldades a curto e médio prazo, indica a autarquia.
O plano apresenta três cenários possíveis de concretização, sendo que o cenário apresentado foi o 3. A vereadora Ana Bastos justificou esta escolha do Conselho de Administração como sendo o cenário “mais realista” e “mais exequível”.
O cenário 3 prevê a médio/longo prazo, para concretizar até 2030, uma taxa de imobilização de 15% e a entrada de 15 novos autocarros por ano, com um custo de 39,5M€, de forma faseada: 2,1M€ em 2024; nos anos seguintes montantes anuais de 6,3M€ até 2029, ano que tem um acréscimo de cerca de 0,5M€ fruto da opção de aquisição dos 15 autocarros do contrato de aluguer de 2024 pelo valor remanescente; e o ciclo deste cenário conclui-se em 2030, com um investimento anual de 5,4M€. No imediato (ainda em 2023), está também previsto o aluguer de 5 a 10 autocarros standard com 2 a 3 anos, a aquisição de 10 a 20 autocarros diesel standard usados “com uma idade média e quilometragem aceitáveis” e ainda o abate de 15 autocarros, com a necessidade de um investimento de 3,3M€.
Assim, segundo a edilidade, vão ser necessários cerca de 43M€ para concretizar o Plano, pelo que o Município vai empenhar-se, recorrendo ao Estado Central, na procura de financiamento.
Tal como referiu a presidente do CA dos SMTUC, o Município vai, numa próxima fase, empenhar-se na procura de linhas financiamento, sendo que se aguarda com grade expectativa as linhas de financiamento europeu.
Para além da renovação da frota, o plano contempla ainda a melhoria do desempenho da Divisão de Equipamento e Manutenção, através da contratação rápida de pessoal para as oficinas e para a gestão de sistemas e aumentar a ações de formação / troca de experiência; da manutenção da prestação de serviço de manutenção externa; da melhoria dos sistemas informáticos, nomeadamente de monitorização da frota, custeio de “obras” e gestão do aprovisionamento; da melhoraria de gestão de stocks e uma maior celeridade nos processos de aquisição.
A concretização deste plano vai permitir que, em 2025, a frota se situe nos 136 veículos, valor que se mantém em 2030; ano em que os autocarros entre 0 e 5 anos vão ultrapassar os 50% ou em que a idade máxima das viaturas se vai situar nos 14 anos, afiança.
O executivo liderado por José Manuel Silva diz “que para o cenário atual contribuíram o desinvestimento que os SMTUC têm sofrido ao longo dos últimos anos, bem como a frota extremamente envelhecida. Os 177 autocarros atuais conta com 119.736.705 quilómetros, representando uma média de 676.478,5 quilómetros. Atualmente, há 14 viaturas com idade inferior a dois anos e há 18 viaturas com mais de 25 anos, das quais, cinco contam com quase 40 anos. Por outras palavras 45% da frota tem mais de 20 anos. A maior fatia de autocarros conta tem entre 10 e 15 anos (55 viaturas), que contam com uma média de 694.446 quilómetros”.
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