As concelhias do Partido Socialista (PS) e do Bloco de Esquerda (BE) de Coimbra saudaram hoje o adiamento da proposta da Câmara Municipal de internalizar os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos num departamento camarário.
A Câmara de Coimbra, liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra, retirou, na reunião de segunda-feira, a proposta de internalização dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) num departamento camarário a criar, prevista na reestruturação da organização dos serviços municipais.
O BE “saúda esta reconsideração dos prazos inicialmente estipulados pelo executivo, na medida em que abre a possibilidade de se auscultarem forças políticas e sindicais e movimentos da cidadania organizada”, afirmou hoje a concelhia bloquista, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
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Para o Bloco, face à importância do tema, “é fundamental que o debate seja o mais amplo possível”, considerando que a discussão não é apenas técnica, mas também política, devendo ser enquadrada “a partir de um conjunto de escolhas e pressupostos”.
Nesse sentido, a concelhia defende que os transportes urbanos são um serviço público e que a sua reconfiguração deve afastar “quaisquer cenários de privatização ou de concessão de linhas”.
“O Bloco de Esquerda, com vista a aumentar significativamente a utilização do transporte público no município, defende também: a negociação com a CP e com os operadores privados rodoviários de sistemas de intermodalidade, antecipando o que se espera venha a acontecer proximamente com o Sistema de Mobilidade do Mondego; a construção de mais parques de estacionamento periféricos, que permitam aí deixar, em segurança e comodidade, os automóveis particulares”.
Na nota, a concelhia salienta ainda que a eventual internalização dos SMTUC “não pode ser solução para “o suposto excesso de trabalhadores e trabalhadoras, nem ocasião para atacar os seus direitos, gerando incerteza quanto ao destino dos seus postos de trabalho”.
“Processos deste tipo, a ocorrerem, terão sempre a firme oposição do Bloco de Esquerda”, frisou.
Também hoje a concelhia do PS, partido na oposição que já se tinha manifestado contra a proposta do executivo, registou com agrado a retirada da proposta da agenda de trabalhos.
“É fundamental que as forças políticas da cidade esclareçam publicamente a sua posição sobre esta matéria. Fica claro que as forças políticas da coligação não estão do lado desta solução, tal como não estavam os trabalhadores, os seus sindicatos e a população de Coimbra”, vincou a concelhia.
Para os socialistas, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, “ficou isolado, sendo forçado a retirar esta proposta extemporânea e mal fundamentada”.
“É também responsabilidade de partidos históricos da governação democrática da cidade, como é o caso do PSD e do PCP, que esclarecerem o seu posicionamento neste imbróglio lamentável”, afirmou ainda o PS, que voltou a afirmar que a proposta é um “desmantelamento encapotado” dos SMTUC.
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