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Livro sobre “Foral Manuelino de Olivença 1510” apresentado em Coimbra e Leiria

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 24-06-2022

A obra “Foral Manuelino de Olivença 1510″, documento considerado “referência nos estudos históricos oliventinos”, é apresentada em julho em Coimbra e Leiria, e Saul António Gomes, um dos autores, revelou que a edição “nada tem a ver com política ou diplomacia”.

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A edição é um trabalho dos historiadores Saul António Gomes, Mário Rui Rodrigues e José Antonio González Carrilo, e reparte-se por dois volumes, pensados para assinalar os 500 anos de atribuição do foral manuelino a Olivença, em 1510, ano em que D. Manuel I outorgou também carta de foral a Leiria. As cidades espanhola e portuguesa estão geminadas desde 1984.

“Foral Manuelino de Olivença 1510” foi editado em 2021 pela Diputación de Badajoz – Universidade de Extremadura, Espanha, e resulta do trabalho dos três investigadores, que repartiram o trabalho em dois volumes: o primeiro, da autoria de Mário Rui Rodrigues, regista “uma visão muito aprofundada, documentada e rigorosa da história de Olivença desde os tempos mais remotos até meados do século XVI”, explicou à agência Lusa Saul António Gomes.

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O segundo volume inclui “a análise e edição, com textos históricos contextualizadores e elementos auxiliares de leitura e interpretação, do foral manuelino, que foi outorgado pelo rei D. Manuel I a Olivença, em 1510”, recordou o historiador.

Esta edição culmina um projeto iniciado há cerca de sete anos, aquando da celebração pelo Ayuntamiento de Olivença dos 500 anos de entrega do foral ao município, em 2015.

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“Alguns forais manuelinos, por questões históricas que resultavam de interesses que opunham senhores locais à Coroa, demoravam algum tempo – anos mesmo – até serem recebidos formal e legalmente por parte dos seus destinatários”, daí a diferença de cinco anos entre a outorga e a entrega, esclareceu Saul António Gomes.

Para o historiador, esta é uma “obra monumental”, que constitui um “ato de cultura e de valorização da história de uma comunidade”, assumindo “objetivos puramente historiográficos, científicos e artísticos”.

“O livro é puramente científico. Nada tem a ver com política ou diplomacia”, deixando os autores a discussão em torno da soberania sobre Olivença “para os governos dos dois países”.

“Limitámo-nos a pesquisar e a escrever a história de Olivença com um intuito absolutamente historiográfico. A seriedade da investigação levada a cabo resultou numa obra de grande solidez científica, e aparato gráfico, que a tornará numa peça bibliográfica de referência nos estudos históricos oliventinos”, destacou.

Por outro lado, “a dimensão artística, de beleza, de que o códice do foral é um testemunho eloquente, concilia-se perfeitamente com Olivença”, cidade que Saul António Gomes caracteriza como “muito rica em termos de património arquitetónico, uma terra repleta de arte, riquíssima para as épocas medieval e, sobretudo, quinhentista”.

O historiador destacou “as igrejas magníficas como a de Santa Maria Madalena, manifesto manuelino estupendo, onde repousam os restos mortais, aliás, de D. Frei Henrique de Coimbra, o franciscano que, embarcando na armada de Pedro Álvares Cabral, veio a celebrar a primeira missa no Brasil e foi, mais tarde, feito bispo de Ceuta”, concluiu.

A apresentação em Portugal dos volumes do livro está agendada para o dia 01 de julho, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (18:00) e, no dia seguinte, no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (16:00).

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