A Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião da próxima segunda-feira, uma proposta para a atribuição de um apoio financeiro de 210 mil euros à Orquestra Clássica do Centro (OCC) para o ano 2022, no âmbito da abertura das candidaturas ao Apoio Financeiro Municipal à Atividade Permanente, destinado a entidades que gerem equipamentos culturais municipais, neste caso o Pavilhão Centro de Portugal. Ainda no âmbito cultural, mas a propósito das candidaturas ao Apoio Financeiro Municipal para Atividade Pontual, a CM de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião de amanhã, uma proposta para a atribuição de um apoio financeiro no valor de cinco mil euros a conceder à Cena Lusófona. Por sua vez, a cedência da Sala do Arco, no rés-do-chão do edifício municipal sito no Pátio do Castilho, ao Fado ao Centro – Associação Cultural e Artística do Centro, vai também ser deliberada na Reunião de Câmara de segunda-feira.
A CM Coimbra vai apoiar a OCC, de forma a valorizar o trabalho produzido e promover condições de estabilidade à associação que tem a seu cargo a gestão, com programação regular, do Pavilhão Centro de Portugal.
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O apoio financeiro municipal é atribuído com base na avaliação do programa e interesse municipal e cultural dos projetos apresentados pelas coletividades (que podem ser para um, dois ou três anos) e na avaliação do desempenho das associações no ano transato, contando para a classificação final um conjunto de critérios gerais e específicos. A OCC apresentou uma proposta para um ano e teve uma avaliação final de 88,9 pontos (em 100), sendo o montante a conceder pela autarquia de 210 mil euros, mais concretamente de 185 mil euros para apoio ao desenvolvimento da sua atividade permanente e 25 mil euros para despesas administrativas, de funcionamento e gestão do Pavilhão Centro de Portugal. Caso esses 25 mil euros não sejam suficientes, a CM Coimbra admite um reforço de 10 mil euros, mas só se existir efetivamente necessidade e essa for devidamente fundamentada.
“Constituída por 32 elementos, a OCC revela uma elevada qualidade artística e cultural, patente nas suas apresentações, e uma dinâmica estrutural versátil, já que se apresenta em concertos com a sua formação clássica, realiza pontualmente concertos com uma densidade tímbrica e orquestral sinfónica e, ainda, com formações de câmara (trios, quartetos, quintetos, sextetos, entre outras), permitindo-lhe disponibilizar um leque variado de programas, com amplo repertório concertístico (da Renascença até à atualidade, de consagrados autores do panorama nacional e internacional), adaptados a diferentes contextos e espaços”, pode ler-se na informação técnica dos serviços municipais.
“O percurso do agente cultural, ao longo de 21 anos, evidencia a importância da música erudita em Coimbra, fomentando a igualdade de acesso às criações e produções artísticas, de modo a atenuar assimetrias na democratização e no acesso à cultura. O ano de 2022 seguirá a mesma linha de atuação, já que é pretensão da Associação continuar a programar propiciando condições que facilitem o acesso das pessoas a distintas oportunidades de fruição cultural e a criações artísticas plurais, abrangendo um público vasto e diversificado, nomeadamente, em termos da extensão de faixas etárias que pretende atrair e dos territórios que pretende alcançar”, é ainda salientado.
A OCC tem a seu cargo a gestão cultural do Pavilhão Centro de Portugal desde 2008 e tem desenvolvido um trabalho proficiente, dinamizando o equipamento com atividades culturais complementares à área artística principal, albergando não só a sua própria programação, mas também acolhendo iniciativas diversas, tais como cafés-concerto, exposições, workshops temáticos, recitais, conferência e debates, que contribuem significativamente para a dinâmica cultural da cidade.
Ainda no âmbito cultural, mas a propósito das candidaturas ao Apoio Financeiro Municipal para Atividade Pontual, a CM de Coimbra vai analisar e votar, na sua reunião de amanhã, uma proposta para a atribuição de um apoio financeiro no valor de cinco mil euros a conceder à Cena Lusófona – Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral, para apoio à concretização do Antologia de Teatro Galego Contemporânea.
O projeto apresentado pela Cena Lusófona pretende dar continuidade à coleção de dramaturgia de língua portuguesa, constituindo esta obra o décimo volume da mesma. Será uma edição bilingue (em Galego e em Português) que reúne 12 peças de autores da Galiza, representando diferentes gerações de dramaturgos a Galiza desde meados do século XX até à atualidade. O projeto prevê ainda um ciclo de leituras e apresentações públicas, em sete cidades de Portugal e da Galiza (Coimbra, Coruña, Lisboa, Ourense, Porto, Santiago de Compostela e Vigo). “Trata-se de uma edição sem objetivos comerciais: uma parte muito significativa dos exemplares editados será oferecida a grupos de teatro, instituições do ensino artístico e outras bibliotecas públicas da Galiza, de Portugal, dos restantes países de língua portuguesa e dos restantes países ibero-americanos, em particular daqueles onde há largas comunidades galegas”, pode ler-se na informação técnica.
Por sua vez, ainda no âmbito cultural, vai ser deliberada, na Reunião de Câmara de amanhã, a cedência da Sala do Arco, no rés-do-chão do edifício municipal sito no Pátio do Castilho, ao Fado ao Centro – Associação Cultural e Artística do Centro, através da celebração de um protocolo de comodato, por um período de cinco anos, renovável automaticamente, “sob compromisso da associação participar gratuitamente em doze atividades anuais do Município e expressar o apoio concedido, inserindo em todos os materiais de divulgação das iniciativas culturais que venham a ser editados”.
O pedido de cedência de sala é justificado pela “vontade de dar continuidade a um conjunto de iniciativas no âmbito da sua atividade associativa, designadamente a Escola de Fado e Guitarra de Coimbra”. “Nesta escola lecionam-se cursos de Guitarra Portuguesa, Viola de Fado, Baixo e Técnica Vocal, e opera uma oficina de Construção de Instrumentos, sendo de reconhecer o valor inestimável do trabalho aí desenvolvido na preservação das tradições coimbrãs ligadas ao Fado e à Canção de Coimbra”, pode ainda ler-se na informação.
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