Esta quinta-feira, dia 21 de abril, a Assembleia Municipal foi à Escola Secundária de Montemor-o-Velho. Naquele que foi o primeiro ato oficial das comemorações do 48º aniversário do 25 de abril de 1974 em Montemor-o-Velho, falou-se de Liberdade, de revolução, de democracia, do muito que ainda há para lutar, de inspiração, de bravura, de educação, de iniciativa, do presente e do futuro.
Numa sessão intimista e com as emoções à flor da pele, mais de 30 alunos responderam ao repto lançado pelo Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho e pela Assembleia Municipal e partilharam experiências enquanto “filhos da madrugada”. Partindo do programa de Anabela Mota Ribeiro, Diana, Mariana, Cátia e Raquel, alunas do 12º ano da Escola Secundária de Montemor-o-Velho, foram as porta-vozes das duas turmas presentes na iniciativa e falaram da bravura e coragem dos que fizeram a Revolução, descreveram algumas das transformações que ocorreram com o 25 de abril, contaram histórias que ouviram dos seus avós e revelaram “não querer voltar a sentir essa realidade limitadora”. Apesar das muitas questões que ainda há a resolver, “podermos ter a nossa opinião, debatermos e respeitarmos as outras opiniões é muito bom e mostra que estamos em democracia”, concluíram.
O presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Velho, Fernando Ramos, ao partilhar o seu percurso pessoal, mostrou que, apesar de não ter feito a revolução nem ser filho da madrugada, graças “aos professores, à educação e ao 25 de abril” conseguiu, com iniciativa, organização e atitude, “chegar até aqui e ter, há 57 anos, a profissão que mais gosto: ser estudante”.
O eterno estudante, agora professor, revelou que fez “todos os graus académicos, exceto o pré-primário”, e que começou “a aprender na universidade dos que não sabiam ler”. A música, “que faz a revolução”, também faz parte do percurso de Fernando Ramos, tal como o desporto. Quando se dá a revolução do 25 de abril, o presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Velho estava no 8º ano, e, confidenciou, “ainda estudava à luz do querosene”.
Numa intervenção repleta de questões, pois “são as perguntas que movem o mundo”, Fernando Ramos respondeu à primeira e derradeira questão – “porque é que eu estou aqui”: “Estamos aqui porque alguém fez esta revolução, alguém nos permitiu estar em democracia, alguém nos permitiu criar a Assembleia Municipal, o único órgão democrático que nasceu com o 25 de abril e com a Constituição de 1976”. E deixou um desafio aos jovens: “tirem uma fotografia quando saírem daqui que mostre que o futuro se constrói no presente. E o presente são vocês.”
No final, o presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Velho ofereceu livros da sua autoria à Biblioteca Escolar e à Biblioteca Municipal Afonso Duarte.
Presente na iniciativa, a vereadora Diana Andrade agradeceu, “em nome de todos os munícipes, da Câmara Municipal, da educação e do conhecimento”, ao presidente da Assembleia Municipal de Montemor-o-Velho a doação do espólio à Biblioteca Municipal e destacou “o grande privilégio” que é “partilhar e sair inspirada pelas suas palavras e pelo seu percurso de vida”. “É um dos cientistas mais qualificados do nosso país, é do nosso concelho, é diretor de uma unidade orgânica da Universidade de Coimbra, foi alguém que procurou e aproveitou todas as oportunidades que a vida lhe proporcionou. Corporiza a resistência, demonstra-nos que quando queremos, nós conseguimos”. Diana Andrade deixou ainda palavras aos alunos: “Aproveitem bem esta Liberdade tão nossa. Alcançar a excelência só depende de uma única pessoa: de cada um de vocês”.
A iniciativa contou ainda com a presença da 1ª secretária da mesa da Assembleia Municipal, Telma Simões, da 2ª secretária da mesa, Patrícia Rocha, e dos membros da Assembleia Municipal, Albertina Jorge (PS) e Bruno Ferrão (PPD/PSD.CDS-PP), do diretor do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho e de professores da Escola Secundária de Montemor-o-Velho.
As comemorações do 48º aniversário do 25 de abril de 1974 continuam, em Montemor-o-Velho, com um programa diversificado que pretende chegar a todas as gerações.
No próximo dia 23 de abril, sábado, tem lugar no Grupo Cénico e Amador da Portela, pelas 21h30, o primeiro momento cultural com o concerto da Filarmónica de Instrução e Recreio de Abrunheira. Segue-se dia 24, domingo, pelas 15h30, a Associação Filarmónica União Verridense, no auditório da AFUV, em Verride, e dia 25, pelas 21h, a Associação Filarmónica 25 de Setembro, no Teatro Esther de Carvalho. O programa cultural termina a 30 de abril, no Centro de Assistência e Cultura do Tojeiro, pelas 19h30, com o concerto da Academia Musical Arazedense.
Dia 25 de abril, em Montemor-o-Velho, às 10h, a Praça da República recebe o hastear da Bandeira ao som do Hino Nacional executado por músicos das quatro centenárias filarmónicas concelhias, seguindo-se a 3ª Caminhada pela Liberdade, o II Circuito das Freguesias em Bicicleta e o 1º Passeio Familiar em Bicicleta. A Sessão Solene da Assembleia Municipal de Comemoração do 48.º Aniversário do 25 de Abril de 1974 está agendada para as 16h, no Salão Nobre dos Paços do Município.
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