Justiça

Procuradoria-Geral está “atenta” ao fenómeno e aponta gravidade de alguns casos

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 09-02-2022

A Procuradoria-Geral da República (PGR) referiu hoje que “os ataques informáticos são realidades” às quais o seu Gabinete Cibercrime “tem estado atento nos últimos anos, não tanto pelo número de situações denunciadas, mas pela gravidade de que alguns casos se revestem”.

PUBLICIDADE

publicidade

Em resposta hoje enviada à agência Lusa após o recente ataque informático à operadora de comunicações Vodafone, a PGR sublinha que relativamente à evolução da cibercriminalidade, o Gabinete de Cibercrime da PGR divulga com regularidade notas informativas nas quais descreve e caracteriza as denúncias recebidas, a última das quais é referente ao ano de 2021.

PUBLICIDADE

“Esta informação resulta da análise das denúncias que lhe chegam diretamente. Pela leitura da informação disponível até ao momento, pode-se constatar que têm vindo a ser denunciadas situações de `ransomware´ que têm vitimado sobretudo pequenas e médias empresas”, esclarece a PGR.

Contudo – indica a PGR – “os designados ataques informáticos, ou seja situações de intrusões externas em sistemas, não se encontram entre as situações referidas como mais frequentes”.

“Assim, os ataques informáticos são realidades às quais o Gabinete Cibercrime tem estado atento nos últimos anos, não tanto pelo número de situações denunciadas mas pela gravidade de que alguns casos se revestem”, vincou a PGR.

Entretanto, o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, disse na terça-feira que o organismo está a investigar um único crime informático no ciberataque à Vodafone, em colaboração com entidades internacionais, mas também com os serviços secretos, e considera “prematuro” associar este ataque a outros ocorridos recentemente.

O responsável adiantou também que todas as hipóteses estão em aberto, admitindo-se um ataque a título individual ou uma ação de grupo concertada, com ligação a ciberataques recentes em Portugal, ou não.

Os principais objetivos da investigação neste momento são perceber as motivações do ataque, a recolha de prova, “que neste caso em concreto tem especificidades e depende de alguma especialização associada ao uso das novas tecnologias”, e apurar se dados pessoais e informação confidencial foram eventualmente comprometidos.

A operadora Vodafone assumiu na terça-feira ter sido alvo de um ciberataque na segunda-feira, adiantando não ter indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.

O ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE