Autárquicas

Cidadãos por Coimbra querem “obrigar” Câmara a reparar “atentado ambiental”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 18-09-2021

O movimento “Cidadãos por Coimbra” (CpC) afirmou hoje que vai “obrigar” o município a reparar a “brutalidade” da intervenção realizada na margem direita do rio Mondego entre a praia do Rebolim e a Portela.

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Segundo Gouveia Monteiro, candidato à presidência da Câmara, a intervenção realizada em março deve ser “prontamente reparada para que as margens do rio não vão água abaixo e não se volte a ter assoreamento na Ponte Açude, o que seria um disparate imenso”.

Numa ação de campanha na Portela, o candidato do CpC apelou aos cidadãos e aos especialistas para lhes darem força “para que asneiras destas não se repitam”.

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“Que esta situação fique de emenda para que não se repitam brutalidades destas e, pelo contrário, as margens dos rios estejam fruíveis para todos de acordo com o seu tecido natural”, sustentou.

Presente na iniciativa, a bióloga Marisa Azul defende que “todas as intervenções nas margens do Mondego e do Ceira devem ser objeto de acompanhamento técnico e científico e de contínuo debate público, uma vez que correspondem a ações de fundo no solo e em cursos de água de grande dimensão, com implicações nos ecossistemas, na paisagem, nas atividades humanas, no lazer e na saúde pública”.

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Para Miguel Dias, professor do ensino secundário e ativista climático, a intervenção da Câmara “foi, na sua essência, um atentado, um crime ambiental”.

“Não foi uma ação de limpeza, como os responsáveis pelo município gostam de referir, mas sim uma destruição gratuita de uma galeria ripícola e uma terraplanagem de um terreno”, disse o ativista, salientando que a autarquia já deu “um recuo do tamanho de um campo de golfe”.

“A Câmara vai tomar posse administrativa da Mata da Geria e já convidou os vários movimentos ambientalistas para uma reunião conjunta, na qual será apresentado o projeto”, adiantou.

No setor ambiental, o CpC defendeu hoje a criação de um “verdadeiro plano municipal de arborização”, aberto e participado, e com pleno aproveitamento do viveiro e horto municipal.

Propõe ainda o reforço do apoio aos serviços técnicos municipais, com a criação de equipas especializadas no conhecimento, qualificação, sensibilização, recuperação, manutenção, preservação do património natural do município.

O candidato à Câmara Gouveia Monteiro entende que o Governo, através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “não pode permitir uma intervenção destas, junto de uma albufeira e do abastecimento de água a uma cidade desta importância”.

“Estranhamente a APA ficou impotente e ainda não sabemos o resultado do processo que foi levantado na altura pela GNR, mas iremos acompanhar essas conclusões e exigir que a APA tenha uma posição muito mais forte e fiscalizadora para que estas coisas não aconteçam”, sublinhou.

Além de Gouveia Monteiro, nas eleições de dia 26 concorrem à Câmara de Coimbra o atual presidente Manuel Machado (PS), José Manuel Silva (coligação Juntos por Coimbra), Francisco Queirós (CDU), Filipe Reis (PAN), Tiago Meireles Ribeiro (Iniciativa Liberal), Miguel Ângelo Marques (Chega) e Inês Tafula (PDR/MPT).

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