O emprego total e o remunerado (medido em número de indivíduos) recuaram 1,7% em 2020, após subirem 0,8% e 1,1%, respetivamente, em 2019, tendo o regime simplificado de ‘lay-off’ limitado o impacto da pandemia no desemprego, segundo o INE.
“A evolução do emprego ocorreu num contexto em que foi instituído o regime simplificado de ‘lay-off’, limitando o impacto no número de trabalhadores desempregados provocado pelo encerramento de empresas, total ou parcialmente, de forma temporária”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) numa análise ao “Impacto da pandemia na evolução da produtividade do trabalho”, publicada hoje no âmbito das Contas Nacionais Anuais Preliminares de 2020.
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Nesta análise, o instituto assinala a “evolução significativamente distinta da produtividade do trabalho no contexto da pandemia covid-19, consoante se tome como referência como unidades de trabalho, as horas trabalhadas ou o número de pessoas empregadas”.
Assim, nota, e refletindo os efeitos do ‘lay-off’, “observou-se um comportamento distinto entre o emprego medido em número de indivíduos e em número de horas trabalhadas”, sendo que as taxas de variação são bastante mais negativas no segundo caso.
“Considerando o emprego medido em termos de horas trabalhadas, verificaram-se taxas de variação de -9,2% no caso do emprego total e de -8,9% para o emprego remunerado”, refere.
Segundo o INE, em 2020, a produtividade medida pelo rácio entre o Produto Interno Bruto (PIB) em volume e o número de pessoas empregadas contraiu 5,9%, após um crescimento de 1,7% em 2019.
Em sentido oposto, a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de horas trabalhadas aumentou 1,7% em 2020, mais 0,4 pontos percentuais que no ano anterior.
“Esta discrepância foi particularmente marcada no segundo trimestre, verificando-se uma redução homóloga de 3,4% do número de indivíduos empregados (taxa de -3,3% no caso do emprego remunerado), enquanto o número de horas trabalhadas registou um decréscimo de 23,8% (taxa de -23,5% para o emprego remunerado)”, nota.
Já a recuperação que se seguiu no terceiro trimestre “foi mais pronunciada em termos de horas trabalhadas, passando para uma taxa de variação homóloga de -5,6%, tendo o número de indivíduos empregados diminuído 2,5% em termos homólogos, o que corresponde a taxas de variação em cadeia de 24,5% e 1,3%, respetivamente, (-21,6% e -3,5% no 2º trimestre, pela mesma ordem)”.
No quarto trimestre, “assistiu-se a um decréscimo em termos homólogos menos acentuado do emprego medido em número de indivíduos, quando comparado com a evolução das horas trabalhadas”: As taxas de variação homólogas foram de -0,6% no número de indivíduos empregados e de -3,6% nas horas trabalhadas (taxas de variação em cadeia de +1,9% e 2,3%, respetivamente).
Considerando a produtividade medida pelo rácio entre o PIB em volume e o número de pessoas empregadas, o INE reporta uma “acentuada variação negativa” no segundo trimestre, com taxas de -13,4% em termos homólogos e -10,8% em cadeia.
Seguiu-se uma “forte recuperação” no terceiro trimestre, com taxas de -3,2% em termos homólogos e +11,9% em cadeia.
Em sentido oposto, a produtividade medida com base no número de horas trabalhadas “aumentou significativamente” no segundo trimestre (taxas de 9,7% em termos homólogos e 9,9% em cadeia), passando para 0,0% em termos homólogos e -9,0% em cadeia no terceiro trimestre.
Já no quarto trimestre, a produtividade em termos homólogos “diminuiu de forma mais intensa”, registando-se uma variação homóloga de -5,5%, considerando o número de pessoas empregadas (-3,2% no terceiro trimestre) e de -2,6% utilizando as horas trabalhadas (0,0% no terceiro trimestre).
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