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Presidente da República alerta que pressão sobre os hospitais pode atingir todos os doentes

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 18-01-2021

O Presidente da República e recandidato ao cargo alertou hoje que a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode atingir todos os doentes, com ou sem covid-19, voltando a apelar ao cumprimento do confinamento.

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Marcelo Rebelo de Sousa deixou este alerta após ter visitado durante cerca de uma hora, enquanto candidato presidencial, o Centro Social Paroquial da Azambuja, no distrito de Lisboa, com a comunicação social a aguardar no exterior do edifício.

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Referindo-se aos setores da sociedade portuguesa que desvalorizam a subida de casos de infeção com o novo coronavírus e a quem pensa que só as pessoas mais velhas irão morrer de covid-19, o candidato considerou que “não percebem que o stresse no SNS cobre depois todos os doentes”, que também “atinge os doentes não covid-19”.

“Pode atingir uma urgência, pode ser de um miúdo, ou de um jovem, ou de uma pessoa de 30, 40 ou 50 anos”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa, realçando que nos serviços de saúde “há uma capacidade ainda disponível, mas cada vez mais estreita, e já incluindo o social, incluindo o privado”.

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Questionado sobre a ação e o discurso dos responsáveis políticos, o chefe de Estado e candidato presidencial argumentou que a eficácia das medidas “depende muito dos próprios, os próprios têm de aderir à importância de cumprir as medidas”, e que o poder político “não pode substituir-se à decisão das pessoas, em democracia”.

“Isto não é ditadura. Eu tenho netos que viveram na China e ali com um regime mais musculado é evidente que não imaginam o que eram as regras de comportamento mesmo. Mas vivemos numa sociedade democrática, não é possível ter um polícia atrás de, não é possível controlar e fechar as pessoas em casa, não é possível ter estruturas oficiais que vão levar os bens, que vão recolher o lixo, e ninguém pode sair para nada”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “não há poder político que se possa substituir às pessoas, por muito persuasivo que seja, por muito dramatizador que seja”, competindo-lhe “contar a verdade toda” aos cidadãos sobre a atual situação, que qualificou de “muitíssimo grave”.

Interrogado uma vez mais se não se está a pagar o preço do aligeiramento de medidas no período de Natal, o Presidente da República e recandidato ao cargo respondeu: “Eu admito que esse seja um ponto de vista que muita gente tem”.

“Acho que o Governo acreditou muito, eu acreditei muito na confiança dos portugueses, isto é, na resposta dos portugueses em relação ao Natal”, justificou, apontando em seguida o que aconteceu na passagem de ano: “Havia regras restritivas e, infelizmente, não foram acatadas”,

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “ou os portugueses sentem que há uma realidade pesada, grave, que justifica um suplemento de sacrifício, ou se eles não acreditam têm de perceber que isso tem um preço”, porque “não se pode querer duas coisas contraditórias ao mesmo tempo”.

Apesar de tudo, manifestou “a esperança de que as pessoas percebam em número significativo”, aquelas “que podem confinar”, que Portugal está numa “fase muito sensível” e tenham em conta que “o pessoal de saúde está a aguentar isto heroicamente há quase onze meses”.

O candidato presidencial apoiado por PSD e CDS-PP disse ter ouvido nesta visita ao Centro Social Paroquial da Azambuja que neste momento há o medo de “morrer à vista da praia” enquanto se aguarda a vacinação.

Os outros candidatos às eleições presidenciais de domingo são Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan Gonçalves, André Ventura e Vitorino Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar a realização de um jantar comício da campanha de André Ventura, presidente e deputado único do Chega, com mais de uma centena de pessoas, numa altura em que os restaurantes estão encerrados e só podem vender refeições para consumo fora do estabelecimento.

Nas últimas 24 horas registaram-se em Portugal 167 mortes de doentes com covid-19, um novo máximo diário, e 6.702 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

No total, já houve 9.028 mortes associadas à covid-19 e 556.503 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 no país, de acordo com a DGS.

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