O PCP de Coimbra entregou hoje um documento na Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) a defender a reversão do processo de fusão dos oito hospitais da cidade integrados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
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Intitulado “Em defesa da melhoria dos cuidados de saúde no distrito de Coimbra e pela reversão do processo de fusão dos hospitais do CHUC”, o documento exige a recuperação de serviços e valências “à data da fusão”, com um serviço de urgência polivalente no Hospital Geral (Covões) “digno de um hospital central, capaz de combater a sobrecarga de outras unidades hospitalares e dar resposta à necessidades da região Centro e do País”.
“A fusão do Centro Hospitalar de Coimbra nos Hospitais da Universidade de Coimbra, dando origem ao CHUC, decidida em 2010 durante o governo PS e implementada no terreno a partir de 2011 pelo Governo PSD/CDS, passou a ser uma estrutura de anormal dimensão e de difícil e complexa gestão, com uma área de influência que ultrapassa os dois milhões de habitantes”, lê-se na missiva entregue na ARSC, no final de uma ação de rua em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para os comunistas, a fusão “não serve os interesses da região, conduziu à redução de serviços e valências hospitalares e apenas beneficia as entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde”, além de ter sido feita sem “qualquer estudo técnico ou à auscultação dos seus profissionais e serviços envolvidos”.
Segundo o PCP, foram retirados do Hospital dos Covões, que abrangia 800 mil utentes, “serviços tão nucleares como os de Gastrenterologia, Neurologia, Neurocirurgia, Urologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia e outros, desarticulando equipas com grande experiência acumulada”.
Os comunistas lamentam que tenha sido desaproveitada “a capacidade instalada (nomeadamente do bloco operatório central, que passou a ser utilizado quase exclusivamente para cirurgia ambulatória), fechando as urgências à noite e aos fins de semana”.
Sublinham ainda que, este ano, o Hospital dos Covões “foi designado hospital de referência para a covid-19, com todas as valências para o tratamento dessa doença, complexa e longe de ser apenas uma simples infeção respiratória”.
“Este hospital é fundamental para Coimbra e para a região Centro e, com o surto epidémico, as enfermarias desativadas e camas fechadas foram reativadas e mostraram-se fundamentais”, acrescentam.
O documento exige também uma intervenção urgente nas duas maternidades existentes (Daniel de Matos e Bissaya Barreto) e a construção de uma nova no Hospital dos Covões, na margem esquerda do rio Mondego.
“É urgente dotar as atuais maternidades de equipamento moderno e de recursos humanos que reforcem as equipas de forma a melhorar o serviço até que se conclua a construção da nova maternidade, munida de todas as valências e meios necessários”, refere a missiva.
O PCP de Coimbra defende ainda a reconversão das instalações do antigo Hospital psiquiátrico de Lorvão (Penacova) e a sua integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados, no âmbito do SNS.
Por último, os comunistas exigem a apresentação, no primeiro trimestre de 2021, de um plano integrado de reorganização dos serviços públicos de saúde, ao nível dos cuidados primários de saúde, cuidados hospitalares, cuidados paliativos e cuidados continuados integrados, “envolvendo na sua definição os contributos dos utentes, dos profissionais de saúde, dos sindicatos e das autarquias”.
A ação de rua do PCP, em frente às instalações da ARSC, juntou esta tarde cerca de três dezenas de pessoas, que empunhavam cartazes em defesa do SNS.
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