Mundo

Obras-primas da natureza em perigo devido às alterações climáticas

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 02-12-2020

Cada vez mais as obras primas da natureza estão em risco, como a Grande Barreira de Coral da Austrália, e a culpa é das alterações climáticas, alertou hoje a União Internacional para a Conservação da Natureza.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

Cerca de um terço dos 252 sítios naturais classificados como Património Mundial pela Unesco estão atualmente ameaçados pelas alterações climáticas, que destronam as espécies invasoras e exógenas no topo dos perigos para estes espaços naturais excecionais, sublinhou no novo relatório a IUCN, que reúne mais de 1.400 organizações e governos.

A Grande Barreira de Coral, a maior estrutura criada por organismos vivos na Terra, ameaçada pelo aquecimento do oceano e pela acidificação das águas, mantém-se na lista dos sítios classificados como “críticos”, bem como áreas protegidas do México no golfo da Califórnia, segundo a UICN.

No total, são 94 sítios que atualmente correm riscos significativos ou críticos, devido a fatores como o turismo, caça, incêndios, poluição aquática, mais 32 do que quando da publicação do relatório anterior, deste género, em 2017.

Cerca de um terço dos locais corre risco significativo e estima-se que 7% esteja agora num estado crítico que significa que são necessárias medidas urgentes de conservação suplementares e em grande escala para serem salvos.

As alterações climáticas representam um risco muito elevado ou elevado para 83 dessas maravilhas naturais.

O relatório “revela as transformações que as alterações climáticas provocam nestes sítios naturais classificados”, do degelo dos glaciares ao branqueamento dos corais, passando por secas e incêndios, “cada vez mais frequentes e mais graves”, sublinhou o diretor geral da UICN, Bruno Oberlé, em comunicado.

Incêndios gigantescos devastaram a ilha Fraser, na Austrália, classificada como património mundial.

“Este relatório sublinha a urgência com que devemos reduzir os défices ambientais à escala do planeta”, afirmou Oberlé.

Invocando a luta contra a pandemia de covid-19, defendeu que a comunidade mundial deve “permanecer unida e trabalhar em conjunto para o bem comum”.

Os trabalhos para o novo inventário começaram antes da pandemia, que afeta mais ou menos severamente quase todo o planeta, mas a IUCN fez um inventário sistemático do seu efeito nos sítios naturais classificados pela Unesco.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.482.240 mortes resultantes de mais de 63,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A organização de conservação estima que 50 locais sejam atingidos pela pandemia e as restrições que lhe estão associadas, para o bem e para o mal.

No aspeto positivo, “o mais notável é a diminuição da pressão exercida pelas visitas dos turistas nos ecossistemas naturais”, explicou a UICN, sublinhando, no entanto, que os fatores negativos são inúmeros.

O encerramento de sítios tem um impacto importante, mas as restrições adotadas para evitar o contágio também têm efeito nos efetivos encarregados de assegurar a sobrevivência destes locais, deixando a porta aberta a atividades ilegais.

“Estes fatores aumentam o risco de tráfico de espécies selvagens e de uso ilegal de recursos naturais”, explica-se no documento.

Apesar de todos os perigos que ameaçam estes locais de exceção, a UICN encontrou oito que registaram uma melhoria desde 2017.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE