O Partido Ecologista “Os Verdes” considerou hoje que a abertura de creches e escolas gera “acrescida preocupação”, alertando para a dificuldade em aplicar planos de contenção nestes espaços, de forma a prevenir o contágio da covid-19.
No final de uma reunião com especialistas, no Infarmed, a deputada do PEV Mariana Silva, mostrou-se preocupada com a abertura de creches no país, considerando que as medidas de desinfeção dos locais e de proteção dos profissionais e alunos “têm que ser muito claras” para que estes sistemas e planos sejam “implementados adequadamente”.
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Mariana Silva disse não compreender “até que ponto” serão cumpridos os planos de contingência previstos para um eventual regresso dos alunos às creches, uma vez que é difícil que “crianças muito pequenas” obedeçam às regras de distanciamento social e de higienização individual.
O PEV lembrou ainda que muitos educadores se encontram numa faixa etária “mais suscetível” de risco da doença – entre os 50 e os 59 anos, segundo dados disponibilizados pelos especialistas na reunião.
Questionada sobre as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que anunciou o fim do estado de emergência no próximo dia 02 de maio, a deputada frisou que “antes do estado de emergência, os portugueses voluntariamente se protegeram e protegeram os seus e retomando a preocupação inicial, as escolas fecharam”.
“Este estado de emergência não teve aqui grande importância nestes primeiros passos que foram sendo dados e é possível continuar a passar a mensagem aos portugueses de que é necessário reforçar as medidas de proteção individual para poder voltar a uma normalidade que será, em tudo, diferente daquela que conhecíamos”, desvalorizou a deputada do PEV, que votou contra a última renovação do estado de emergência.
Quanto à realidade económica do país, o partido considerou que “a economia não pode ser retomada a qualquer custo”, acrescentando que “para retomar a economia são necessário planos muito estreitos dos comportamentos que se devem ter nas empresas” para que “a economia se possa desenvolver em segurança”.
Para o PEV, é importante que os direitos dos trabalhadores sejam garantidos, uma vez que, segundo os especialistas, as pessoas com salários mais baixos ou em situação de desemprego estão mais vulneráveis à covid-19.
A deputada pediu ainda que não se atropelem nem se deixem para trás as regras da defesa do ambiente, “em nome de uma retoma da economia”.
Portugal contabiliza 948 mortos associados à covid-19 em 24.322 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
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