Política
Óbito: Cavaco Silva destaca a “elevada competência” de Álvaro Barreto
O ex-Presidente da República Cavaco Silva lembrou a “elevada competência, capacidade de negociação e coragem” de Álvaro Barreto, que morreu hoje com 84 anos, considerando que a competitividade da agricultura portuguesa “muito deve” ao seu ex-ministro.
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Numa nota enviada à agência Lusa, Aníbal Cavaco Silva não poupa elogios ao seu ex-ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação e seu colega no executivo de Sá Carneiro como titular da Indústria e Energia.
“Foi com pesar que tomei conhecimento da morte do Eng.º Álvaro Barreto a quem é devido um reconhecimento pelos serviços prestados ao nosso País. Além das suas qualidades como gestor empresarial, Álvaro Barreto foi um homem que muito serviu Portugal no exercício de funções ministeriais”, começa por sublinhar o ex-chefe de Estado.
Cavaco Silva assinala que, “como um dos responsáveis pelo processo de negociação da adesão de Portugal à CEE e, depois, como ministro, foi um negociador exímio na defesa da agricultura portuguesa”.
“Foi incansável e de grande firmeza nas negociações da reforma da Política Agrícola Comum e dos fundos estruturais, de modo a assegurar a reconversão e a modernização da nossa agricultura e defender o rendimento dos nossos agricultores”, salienta o ex-primeiro-ministro para concluir de seguida: “Se hoje a nossa agricultura goza de competitividade em face do espaço europeu, muito deve ao trabalho de Álvaro Barreto”.
O ex-chefe de três governos recorda o tempo em que Álvaro Barreto foi seu colega no governo de Sá Carneiro como ministro da Indústria e Energia “no tempo da crise energética mundial em que o preço do petróleo subiu cerca de 80% e muito se empenhou na defesa da melhoria da eficiência na utilização da energia”.
Lembra também que Barreto fez parte dos seus dois primeiros governos, entre 1985 e 1991, como ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação e desempenhou funções com “elevada competência, capacidade de negociação e coragem”.
“Desempenhou um papel decisivo na estabilização da posse e da exploração da terra, pondo fim à conflitualidade e à incerteza geradas pelas ocupações, expropriações e nacionalizações após o 25 de Abril de 1974. Muito contribuiu para melhorar o clima de confiança dos empresários agrícolas, essencial para enfrentar as exigências decorrentes da integração europeia”, acentua.
Além das “palavras de reconhecimento”, Cavaco Silva dirige à família de Álvaro Bissaya Barreto “uma palavra de pesar na hora da sua partida”.
Álvaro Barreto morreu ao princípio da tarde de hoje com 84 anos, confirmou a agência Lusa junto de fonte social-democrata.
Fonte do PSD adiantou à agência Lusa que o velório de Álvaro Barreto, que morreu ao princípio da tarde de hoje, está previsto para terça-feira à tarde, na Igreja do Campo Grande, em Lisboa.
Álvaro Barreto foi ministro de sete governos constitucionais, com Carlos Alberto Mota Pinto, Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mário Soares, Cavaco Silva (duas vezes) e Pedro Santana Lopes.
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