Coimbra

Ana Filomena Amaral iniciou há 30 anos carreira literária associada à queda do Muro de Berlim

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 08-11-2019

No dia 9 de dezembro de 1989, a escritora Ana Filomena Amaral lançou o seu primeiro livro, alusivo à queda do Muro de Berlim.

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A obra “Uma porta abria-se a fogo” é inspirada na atmosfera de Berlim, no verão daquele ano, e foi lançada um mês exato após aquele acontecimento marcante da história do século XX.

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Há 30 anos, a escritora Ana Filomena Amaral publicou o seu primeiro romance, com o título “Uma porta abria-se a fogo”, cuja ação se passa em Berlim ocidental e oriental.

Lançada em 9 de dezembro de 1989, um mês exato após a queda do Muro de Berlim, essa obra de uma autora portuguesa, então completamente desconhecida, teve repercussões nacionais e internacionais e foi mesmo entendida como uma espécie de premonição daquele acontecimento histórico, refletindo-se na época em dezenas de entrevistas de Ana Filomena Amaral a jornais, rádios e programas televisivos.

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“O romance Uma porta abria-se a fogo surge inspirado na peculiar atmosfera de Berlim aquando da última visita da autora a esta cidade no verão passado”, pode ler-se na badana do livro.

Em 2014, quando se comemorava o 25º aniversário do derrube do Muro de Berlim, que durante três décadas simbolizou a divisão de duas Alemanhas e dois mundos, Ana Filomena Amaral publicou “O Cassador de Muros”, seu quinto romance.

Neste livro, há muros que oprimem em nome da paz, muros brutais no limiar do genocídio.

O jornalista Alberto faz-se ao caminho, da Coreia do Norte à Irlanda do Norte, do Saara Ocidental à Palestina, de Caxemira ao México e ao Brasil.

O que mais perturba nestas obras é a sua triste e vergonhosa atualidade.

Mas elas contêm sempre uma mensagem de imorredoura esperança, como se pode ler no final do primeiro capítulo de “O Cassador de Muros”, dedicado a Berlim: “No dia seguinte junto ao Spree, o rio das três nascentes, Alberto tentava ouvir nas águas que pareciam sair-lhe dos olhos a sinfonia das notas mansas, da raiva contida nas fronteiras, das lendas e ritos de passagem, da consciência segura de sermos sempre um com ele, com o rio, unidos numa aliança sobrevivente, dependente, presente na duplicação de tudo, da alma e dos desejos, espelho do que nos é mais extrínseco e mais intrínseco, imagem sempre renovada de um ego em mutação. Através da Mitte, o Spree transporta agora as expectativas e ânsias de uma cidade, de Berlim, a cidade dos rios, dos lagos e das florestas, a cidade que perdeu o muro e encontrou o rumo de se sentir una”.

Autora acaba de ser distinguida pela revista norte-americana “Los Angeles Review Books”

Trinta anos depois, Ana Filomena Amaral é uma escritora reconhecida internacionalmente.

Entre outras distinções, acaba de ser premiada pela “Los Angeles Review Books”, dos Estados Unidos da América, pela obra “Vaulted Home. Those who cheated death”, tradução em inglês, publicada em 2014, do seu romance “Casa da Sorte”.

Nos últimos anos, tem participado em alguns dos mais importantes encontros literários do mundo.

Em janeiro de 2020, a autora estará presente como convidada no Jaipur Literature Festival, na Índia, considerado o maior festival literário com entradas gratuitas do mundo.

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