Coimbra
Associação Empresarial de Coimbra contesta eliminação de carne de vaca das cantinas da Universidade
Associação Empresarial da Região de Coimbra considerou hoje que a decisão da Universidade de Coimbra (UC) eliminar o consumo de carne de vaca nas cantinas universitárias é um ataque às empresas agropecuárias.
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Em comunicado enviado à agência Lusa, a associação refere que “não compreende esta nova política de abolição de consumo de carne bovina nas cantinas como forma de protesto pelo meio ambiente”.
“O que parece é um ataque a um setor da economia regional do primeiro setor, predominante na nossa região e não a defesa do meio ambiente”, lê-se na nota.
“A NERC defende a preservação do ambiente, mas entende que há formas mais indicadas, que não afetem a economia regional”, acrescenta.
E propõe à UC a criação de mais espaços verdes na comunidade universitária, a utilização de transportes públicos elétricos em detrimentos dos automóveis, tirar os automóveis da zona da Alta Universitária – Património da Humanidade – arranjando alternativas de estacionamento, e a redução da utilização de papel, tornando a Universidade mais digital.
Para a associação, medidas como a da abolição do consumo de carne bovina nas cantinas “não ajudam à afirmação da UC na região e em termos nacionais”.
Considerando a medida “demagógica, populista, perigosa e inoportuna”, a NERC aconselha o reitor da UC, Amílcar Falcão, a “refletir e aproveitar para focar a sua intervenção na componente técnica e cientifica e colocar a universidade no topo por boas razões e não por estas medidas avulsas e pouco democráticas e de um radicalismo que deve ser combatido”.
“Se o quiser fazer faça primeiro um referendo ao menu da UC aos alunos como consumidores da produção nacional”, conclui o comunicado.
O reitor da Universidade de Coimbra (UC) anunciou na terça-feira que vai eliminar o consumo de carne de vaca nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020, por razões ambientais.
Segundo o reitor da universidade, Amílcar Falcão, a eliminação do consumo de carne nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020 será o primeiro passo para, até 2030, tornar a UC “a primeira universidade portuguesa neutra em carbono”.
“Vivemos um tempo de emergência climática e temos de colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada”, sublinhou, na sua intervenção na cerimónia de acolhimento, perante centenas de alunos.
A carne de vaca será substituída “por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal”.
Por ano, cerca de 20 toneladas de carne de vaca são consumidas nas 14 cantinas universitárias da UC.
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