Coimbra

Desmantelado grupo criminoso que celebrava casamentos de conveniência

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 15-01-2019

Um grupo criminoso organizado, que recrutou pelo menos 50 mulheres portuguesas para casamentos de conveniência, foi desmantelado hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e pelas autoridades belgas, tendo sido detidos três suspeitos e constituída arguida uma advogada.

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Imagem ilustrativa

Nesta operação, que hoje terminou e que contou com o apoio da Europol e da Eurojust, foram realizadas 18 buscas domiciliárias, encontrados dezenas de documentos falsificados, apreendido diversos equipamentos informáticos (laptops, desktops e outros dispositivos móveis), grandes quantias de dinheiro e ainda produto estupefaciente. 

O grupo criminoso estava envolvido na facilitação da imigração ilegal, através da organização de casamentos conveniência, predominantemente entre nacionais portugueses e indostânicos. 

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As mulheres portuguesas eram recrutadas para casar com homens de origem indostânica, que não conheciam, e, em contrapartida, recebiam cerca de cinco mil euros. Depois, os casais viajavam para a Bélgica, onde os cidadãos indostânicos tentavam a legalização por via do casamento com cidadã comunitária, o que permitia aos maridos permanecer na União Europeia, obter autorizações de residência e, em seguida, obter lucros ilícitos com benefícios sociais. 

O SEF deu início a esta investigação em 2016, após as autoridades belgas terem detetado um aumento suspeito do número de certidões de casamento emitidas em Portugal, que viriam a revelar-se falsas.

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Devido à natureza internacional do crime, foi criada uma Equipa de Investigação Conjunta (JIT) que culminou hoje com um Dia de Ação Conjunta.

A operação, intitulada “Amouda”, foi realizada simultaneamente em Bruxelas (Bélgica), Lisboa e Algarve. Para facilitar a cooperação direta, oficiais belgas estiveram presentes em Portugal enquanto uma equipa do SEF viajou para a Bélgica. 

A Europol apoiou a operação conjunta no centro de coordenação criado pela Eurojust. Analistas da Europol foram, também, destacados para a Bélgica e Portugal para verificação cruzada de informações em tempo real e análise forense de telemóveis.

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