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76 anos de “atrasados” e “aldrabões”: Família da Figueira da Foz mantém tradição do brinde sagrado

Imagem: Comércio com História
Desde 1949, a Casa Mota, antiga “Tasca do Zé da Alhada”, é um verdadeiro ponto de encontro da Figueira da Foz, reunindo pescadores, artistas e doutores numa tradição que atravessa gerações.
Originalmente uma taberna com chão em terra batida e uma parreira, o espaço servia apenas copos de vinho aos pescadores que regressavam do mar. Há mais de 40 anos, o senhor José Mota assumiu a gerência, dando-lhe o nome atual de Tasca do Mota – casa de pasto, mantendo o espírito de convívio e partilha que caracteriza o local.
Ainda hoje, pescadores continuam a frequentar a taberna para os famosos “atrasados” (ginja com aguardente) ou “aldrabões” (ginja com gasosa), acompanhados de petiscos típicos. Historicamente, eram eles que montavam as mesas e iam à cozinha preparar caldeiradas, raia de pitéu ou ajustar o “gunhão” e a “tequia” — a quantidade de peixe permitida para levar para casa, dá conta o Comércio com História.
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O proprietário José Mota mantém-se à frente da taberna, enquanto o filho Pedro Mota gere o restaurante. Nos últimos anos, o espaço de refeições foi ampliado para atender à crescente clientela, sem perder o charme histórico.
Entre as relíquias do passado, destacam-se botas de pesca com mais de 60 anos, objetos decorativos oferecidos por clientes e pinturas de artistas locais. A tradição continua viva com a máxima: “Quem pisa este solo sagrado tem que ser batizado”, ou seja, brindar com um copo ao chegar.
A Casa Mota oferece comida tradicional portuguesa, mantendo a autenticidade e os sabores da costa da Figueira da Foz. O restaurante funciona diariamente.
Para quem visita a cidade, a Casa Mota é mais do que uma refeição: é uma viagem pela história, pelas tradições piscatórias e pelo convívio genuíno da comunidade local.
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