Japonês Watanuki “regressa” ao Machado de Castro

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 09-09-2017

O Museu Nacional Machado de Castro inaugurou hoje uma exposição dedicada a Hirosuke Watanuki, um artista japonês que, nos anos 1950, via o museu como “uma casa” e o seu diretor como “um pai”.

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machado de castro

A exposição apresenta mais de 80 obras de Watanuki, entre pinturas, desenhos, gravuras e outros objetos, a maioria criadas entre 1950 e 1960 – altura em que viveu em Portugal – representando o seu início como artista, pintando essencialmente a paisagem que encontrou em Portugal, em particular de Coimbra, Lisboa, Porto e Matosinhos, disse à agência Lusa a diretora do Museu Nacional Machado de Castro (MNMC), Ana Alcoforado.

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“Ele começou a sua obra em Portugal. É um japonês que adora Portugal e esteve em Coimbra, na casa do na altura diretor do museu, Luís Reis Santos, a quem chama pai”, sublinhou Ana Alcoforado, realçando que Hirosuke Watanuki, que vive no Japão, olha ainda hoje para o museu como a sua “segunda casa” em Coimbra.

Segundo a diretora do MNMC, Watanuki “é muito influenciado por Portugal”, continuando hoje a dar títulos em português a obras suas, utilizando também materiais como a cerâmica, cuja técnica aprendeu aquando da sua estadia no país.

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“Havia a obrigação de expor este espólio fantástico, que mostra os laços e o percurso na cidade, sobretudo o olhar que ele tem sobre a cidade”, contou, realçando que Watanuki esteve no museu em julho.

Um dos responsáveis pela exposição, Pedro Canavarro, frisa que o artista japonês “nasceu para pintor em Portugal”, nunca se tendo desvinculado da sua ligação ao país.

“Ele hoje continua a integrar a influência do azulejo ou da ferraria em muitos dos seus trabalhos”, notou Pedro Canavarro, salientando que, na exposição, há acima de tudo representações da paisagem urbanística portuguesa da época.

“Tem traços muito modernos para os anos 50 e uma demonstração da sensibilidade nipónica. É um estilo figurativo, mas impregnado de alma e riqueza de visão”, descreveu aquele que é um dos comissários da exposição, realçando que a maioria das obras estava em reservas de vários museus portugueses.

Segundo Canavarro, “é a primeira vez que se vê a obra do pintor no seu conjunto”, referindo que foram encontradas obras no Museu Soares dos Reis, MNMC, Museu da Câmara da Figueira da Foz, Museu Calouste Gulbenkian, Museu do Chiado e no Museu da Cidade, entre outros.

A exposição, realizada em parceria com a Fundação Inês de Castro e a Fundação Passos Canavarro, foi inaugurada hoje e vai estar na sala de exposições temporárias do MNMC até 01 de outubro.

 

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