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43 mil pessoas morreram devido à seca na Somália em 2022. Metade são crianças

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 20-03-2023

 A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimam que cerca de 43 mil pessoas, metade das quais crianças, morreram no ano passado na Somália devido à seca.

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“A atual crise está longe do fim”, escreveram os autores do relatório que dá números oficiais, pela primeira vez, sobre a mais prolongada seca de que há registo neste país no Corno de África, no qual se aponta também que pelo menos mais 18 mil pessoas deverão morrer devido à falta de água nos primeiros seis meses deste ano.

Conduzido pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, o relatório foi lançado hoje, citado pela agência de notícias AP, e afirma-se que a situação é “extremamente crítica”.

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A Somália e o seu país vizinho Quénia estão a enfrentar o sexto ano consecutivo de seca.

A ONU e os seus parceiros disseram já este ano que deixaram de lançar uma declaração formal sobre a fome na Somália, mas salientaram que a situação é muito grave, com mais de 6 milhões de pessoas a passar fome só neste país.

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A fome é classificada pela ONU como o resultado de uma situação de falta de comida e uma taxa de mortalidade significativa devido à má nutrição e fome, combinada com o aparecimento de doenças como a cólera.

A declaração formal de uma situação de fome é feita quando pelo menos um quinto das famílias têm deficiências alimentares extremas, mais de 30% das crianças estão gravemente mal nutridas e mais de duas pessoas em cada 10 mil morrem diariamente devido a uma ou mais destas causas.

Segundo a AP, algumas organizações humanitárias e climáticas já avisaram que a tendência é pior do que a registada em 2011 na Somália, quando mais de 250 mil pessoas morreram.

Milhões de animais morreram já nesta crise, que é exacerbada pelas alterações climáticas e pela insegurança na Somália, que enfrenta ainda milhares de combatentes do Al-Shebab, o afiliado da al-Qaida no país.

“Muitos dos doadores tradicionais lavaram as mãos do problema e estão focados na Ucrânia”, lamentou o coordenador residente da ONU na Somália, Adam Abdelmoula, numa conversa com a embaixadora dos Estados Unidos da na ONU, Linda Thomas-Greenfield, durante uma reunião em Mogadíscio, em janeiro, lembra ainda a AP.

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