Coimbra

40% dos alunos da Universidade de Coimbra “admitem já terem considerado abandonar o ensino”

Notícias de Coimbra | 11 meses atrás em 06-06-2023

A Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) apresentou esta terça-feira, 6 de junho, os resultados do estudo “ExtraPropina”, que tem como objetivo averiguar os gastos suportados pelos estudantes, além da propina da Universidade de Coimbra (UC).

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As conclusões do projeto, que iniciou com um inquérito apresentado em 2022 aos estudantes da UC, dão conta que “40% dos inquiridos admitem já terem considerado abandonar o ensino superior e que o valor médio final extra propina é de 518 euros e 62 cêntimos”, referiu o presidente da AAC, sustentando que “são resultados alarmantes”.

João caseiro admite “solicitar uma reunião com o Governo” para que se avance com “o descongelamento da propina para que exista uma redução progressiva até zero e consequente o fim da propina e por uma melhoria da ação social”, esclareceu o responsável.

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“O custo de vida está a afetar muito os estudantes” garante João caseiro, referindo que “é urgente o aumento do número de bolsas de estudo atribuídas. Para além disso, o valor das mesmas não é, de todo, suficiente para suportar os gastos mensais dos estudantes fora o valor da propina sendo, portanto, necessário aumentá-lo, já que o valor da bolsa mínima atribuída pela Direção-Geral de Ensino Superiorse fixa em 871 euros, enquanto que o valor da propina nacional permanece nos 697 euros, ficando, neste sentido, muito aquém das necessidades atuais dos estudantes”.

“O Governo tem que tomar medidas objetivas e concretas de forma a mitigar as questões levantadas que, enquanto persistirem, servem apenas para manter as desigualdades económicas verificadas no ensino superior”, realça o presidente da AAC.

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O projeto ExtraPropina tomou por base um inquérito apresentado, via online, em novembro do ano passado, aos estudantes da UC que questionava os valores gastos nesse mesmo ano nas áreas do alojamento, alimentação, transportes, material escolar e despesas pessoais.

O inquérito apresentado à comunidade estudantil da UC obteve 1328 respostas, correspondendo a 5,19% dos estudantes inscritos em 2023 na instituição.

Dos alunos inquiridos, pertenciam 1,6% à Faculdade de Ciências do Desporto e da Educação Física; 7,5% à Faculdade de Medicina; 10,3% à Faculdade de Direito; 11,2% à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação; 11,2% à Faculdade de Farmácia; 12% à Faculdade de Letras; 14,5% à Faculdade de Economia e 31,6% à Faculdade de Ciências e Tecnologia. 

A despesa média maior centra-se no alojamento (229,87 euros), seguindo-se a alimentação (125,78 euros) e as deslocações entre cidade de origem e Coimbra (63,21).

Para as despesas, são ainda contabilizadas as deslocações dentro da cidade (26,81 euros), despesas pessoais (61,65) e material escolar (11,30), componente que em alguns cursos sobe drasticamente, como é o caso de Arquitetura, Direito ou Medicina Dentária, realçou João Caseiro.

Veja os vídeos:

 

 

 

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