Coimbra

2ª Edição do “Slam das Minas Coimbra” começa hoje e promete aliar a arte ao ativismo

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 21-08-2021

“Em setembro de 2020, surge o Coletivo Slam das Minas Coimbra, fruto do burburinho gerado pela primeira edição do evento: o primeiro slam só de mulheres em Portugal. Resultou da necessidade de fortalecer a poesia de autoria feminina, pela criação de espaços seguros em que as mulheres assumissem o papel de protagonistas, P O E T A S, colocando os homens em posiçāo de escuta, contrariando o sistema. Infuenciadas diretamente pelos movimentos de resistência e streetart latinoamericanos, já nascemos ocupando — e assim continuaremos. Sejam as ruas, corações ou microfones. O Slam das Minas Coimbra desenvolve-se num contexto bonito e poderoso”, explica a organização.

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Nas semanas que antecederam a primeira edição, organizámos um Ciclo de Atividades Literárias Feministas, composto por um Workshop de Escrita Criativa e um “Sarau das Minas”, onde reunimos mulheres de diferentes regiões, do país e do mundo, com diferentes histórias e experiências, diferentes vozes, mas que ecoavam com a mesma força. “E aquelas vozes ecoaram com tanta força que se transformaram no livro – “Potências Feministas: Papel e Voz”, detalham as responsáveis. 

A segunda edição do Slam das Minas começa hoje, 21, com a realização do workshop Cor(Palavra) na República dos Açorianos (SOREA), entre as 14h e as 19h. A oficina será dada pela Jorgette Dumby e pela Carol Braga e “tem o intuito de explorar e instigar a criatividade corporal nos processos de criação, leitura e partilha de textos. Esta oficina pretende ser um espaço no qual as mulheres se sentem seguras para partilharem as suas experiências de corpo e palavra umas com as outras, pelo que não será permitida a entrada a homens cisgénero” (pessoas que nascem com o órgão sexual masculino, se expressam socialmente conforme dita o papel de género masculino e se reconhecem como um homem – identidade de género), clarificou a organização do Slam.

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Link de inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeWU16kkIKUjB4-OQl9gfD2a4dmZmYrmv346ZIO0UN2Xmtymg/viewform  

A segunda atividade programada “Isso não é um sarau”, acontece após o workshop no Salão da Frida Kahlo entre as 20h e as 2h. “Este é um convite para as pessoas trans, não binárias e mulheres cis terem um espaço mais acolhedor, permitindo um momento de partilha de textos e música enquanto rola uma bebida, conversa e jantar também. Nesta atividade também não será permitida a entrada de homens cis”.

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A terceira iniciativa “Ginginha Poética das Minas” está prevista para dia 27 de agosto e vai acontecer no Largo de São Salvador, pelas 21h. “A ginginha poética é uma roda de poesia com ginjinha, apresentada por Maria Giulia Pinheiro e Irma Estopiñà, na qual se promove a partilha de ginginha com textos de poetas do coletivo em contexto de microfone aberto ao público. Na Ginginha Poética, homens cis podem participar, mas apenas no lugar de escuta”.

A iniciativa teria que culminar, evidentemente, na 2ª Edição do Slam das Minas Coimbra, que vai acontecer no dia 28 de agosto nos Jardins da Associação Académica de Coimbra pelas 21h. 

“O Slam das Minas, consiste numa uma batalha de poesia oral entre “minas” e vai contar com a apresentação de Maria Giulia Pinheiro. Cada uma das poetas em competição vai apresentar obras autorais e receber uma classificação de um júri composto totalmente por minas. A vencedora do Slam das Minas garante automaticamente a sua vaga no Portugal Slam, a final nacional. 

Na primeira edição do Slam das Minas conseguimos levar quatro das nossas integrantes à final do Portugal Slam, sendo elas Jorgette Dumby, Ana Luiza Tinoco, Greta Rocha e Carol Braga que foi a vencedora da última edição do festival nacional de poesia. 

A vencedora do sétimo Festival Nacional Portugal.SLAM! 2021 é uma artista nascida e criada em Recife, no Brasil e “anda incentivando o próprio corpo a produzir poesia falada, teatro e circo”. Historiadora pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), jornalista pela Universidade Católica do Pernambuco (Unicap), mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutoranda em Ciências Sociais na Universidad Buenos Aires (UBA). Atualmente, vive em Coimbra onde colabora na Secção de Escrita e Leitura da Associação Académica de Coimbra (SESLA) e no Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC). É a autora do livro “minha poesia com uma raiva que só piora”. 

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