Coimbra

250 jovens com deficiência mental profunda de Coimbra vão precisar de lar

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 03-01-2019

 Cerca de 250 jovens com deficiência mental profunda do distrito de Coimbra vão precisar de lar residencial a curto ou médio prazo, mas não há capacidade para os acolher, alertou hoje a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental.

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“Há situações prementes, urgentes, aflitivas e desesperantes, mas não temos vagas”, vincou a presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra, Helena Albuquerque.

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A instituição conta com cerca de 60 vagas em três lares residenciais e uma residência autónoma, situados em Coimbra e na Tocha (Cantanhede).

No entanto, há 200 a 250 jovens integrados nos centros de atividades ocupacionais da associação vocacionados para cidadãos com deficiência mental mais profunda, contou a responsável, que falava durante a cerimónia de apresentação das comemorações dos 50 anos da APPACDM de Coimbra.

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Fazendo a diferença entre o número das atuais vagas e o número de jovens a precisar delas no curto ou médio prazo, Helena Albuquerque salienta que há uma carência de cerca de 150 vagas para cidadãos que normalmente têm doenças “graves e profundas” e que ou não têm família ou a família já não tem condições para os apoiar.

Não tendo resposta de lar residencial, os cidadãos deficientes “ficam em casa”, disse.

“Há um caso de um jovem deficiente em que, quando regressa a casa, a mãe e o pai estão acamados. São situações dramáticas, mas a que não conseguimos atender”, afirmou Helena Albuquerque, salientando que, quando é admitido um utente num lar em excesso para “responder a uma situação de urgência”, a associação pode pagar uma multa, como aconteceu recentemente em que teve de pagar mais de dois mil euros.

De acordo com a presidente da APPACDM de Coimbra, para além de uma das residências não ser apoiada pelo Governo, está à espera de que o Estado cumpra a promessa de abrir uma linha de financiamento para apoiar a construção de um novo lar residencial para cidadãos com deficiência mental.

“Temos um projeto com tudo aprovado pela Câmara de Arganil e estamos há mais de três anos à espera de uma promessa”, lamentou, criticando o atraso e a demora do Governo em dar resposta a esta carência.

No ano em que a APPACDM de Coimbra comemora o seu 50.º aniversário, Helena Albuquerque deseja que essa linha de financiamento seja finalmente aberta para se poder executar o projeto, orçado em 700 mil euros e com capacidade para 30 utentes em Arganil.

As comemorações dos 50 anos da instituição arrancam no dia 12, com o evento “Utopias”, no Teatro Académico de Gil Vicente, onde vão participar, entre outros, o físico Carlos Fiolhais, a jornalista Diana Andringa, o antigo reitor da Universidade de Coimbra Fernando Seabra Santos e o administrador da Licor Beirão José Redondo.

Com um evento por mês até ao final do ano, a associação propõe-se a discutir várias temáticas, como o caso dos cuidadores formais e informais, a integração no trabalho ou a qualidade de vida da pessoa com deficiência. 

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