Política
2025: O ano em que a direita radical chegou a segunda força parlamentar
Imagem: Chega/ Facebook
O Chega tornou-se no segundo partido com maior representação na Assembleia da República nas últimas eleições legislativas, em 18 de maio, nas quais a coligação PSD/CDS-PP saiu vitoriosa pela segunda vez e com votação reforçada.
O partido liderado por André Ventura tem tido uma trajetória de crescimento em legislativas, desde 2019, ano em que foi oficializado pelo Tribunal Constitucional e o primeiro em que concorreu a eleições. Poucos meses após a formação, o Chega conseguiu entrar para o parlamento, com a eleição do líder como deputado único, com mais de 67 mil votos.
Em 2022, o Chega subiu a terceira força política e conseguiu formar um grupo parlamentar de 12 deputados. Já nas legislativas de 2024, manteve-se como terceira força política, mas reforçou o seu grupo parlamentar, com a eleição de 50 deputados.
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Nas últimas eleições legislativas, em 18 de maio, o partido liderado por André Ventura tornou-se na segunda força com mais deputados no parlamento português, com 60 eleitos.
Ainda assim, neste sufrágio ficou atrás do PS em número e percentagem de votos, com um milhão 438 mil, enquanto os socialistas alcançaram um milhão e 442 mil, e 58 deputados.
Na noite das eleições, nas quais foi o mais votado em vários círculos, o líder do Chega considerou que o partido teve uma “grande vitória” e o resultado representou o fim do bipartidarismo.
André Ventura, que durante a campanha pediu aos portugueses que lhe dessem “uma oportunidade” para governar, referiu que não vai “parar até ser primeiro-ministro de Portugal”.
Em 2024, depois de se mostrar “pronto” para chegar ao topo da hierarquia partidária, tinha deixado um aviso ao primeiro-ministro: “Luís, nós vamos atrás de ti”.
Nesta legislatura, o grupo parlamentar do Chega tem estado envolvido em polémicas, com acusações de insultos, ou queixas que recaem, por exemplo, sobre o deputado Filipe Melo, que duas deputadas do PS acusam de ter enviado beijos desde a Mesa da Assembleia da República ou ter gritado “volta para a tua terra”.
As eleições legislativas antecipadas de 18 de maio foram convocadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro imposta pela rejeição pelo parlamento da moção de confiança ao executivo a 11 de março.
Essa moção foi justificada com a necessidade de “clarificação política” depois de semanas de dúvidas sobre a vida patrimonial e pessoal de Luís Montenegro e a empresa familiar Spinumviva, que motivaram duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e a proposta do PS de uma comissão de inquérito obrigatória ao caso.
Um dia depois da demissão, o Ministério Público abriu uma averiguação preventiva com base em três denúncias para avaliar se existem elementos para abrir um inquérito, que ainda decorre.
Nas eleições, a coligação AD (PSD/CDS-PP) voltou a vencer, crescendo em votos e aumentando o número de deputados que suportam o Governo de 80 para 91 (89 do PSD e 2 do CDS-PP), bem como a distância, em termos parlamentares, para a segunda força política, o Chega, com 60.
“O povo português quer este Governo e não quer outro, O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro”, considerou Montenegro, na noite eleitoral.
Nessa mesma noite, e após a perda de 20 deputados e a passagem a terceira força parlamentar, o secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos demitiu-se do cargo, no qual foi sucedido por José Luís Carneiro, único candidato às eleições diretas no final de junho.
Nestas eleições, a IL manteve-se como quarta força política, mas reforçou o seu grupo parlamentar de oito para nove deputados.
O Livre foi o único partido à esquerda que registou subidas, passando de quatro para seis deputados, com o PCP a cair de quatro para três, o BE de cinco para um, o PAN a manter a deputada única e o JPP a estrear-se no parlamento nacional, também com um parlamentar.
No final de maio, também o presidente da IL Rui Rocha anunciaria a demissão, por considerar insuficiente o crescimento do partido, com o cargo a ser ocupado por Mariana Leitão desde meados de julho.
Também o BE trocou de líder este ano, depois do anúncio de Mariana Mortágua em 25 de outubro que não se recandidataria, invocando os maus resultados quer nas legislativas, quer nas autárquicas. O antigo deputado José Manuel Pureza foi eleito para o cargo de coordenador do BE na convenção do final de novembro.
O PAN tem um congresso eletivo previsto para 20 de dezembro, em que a atual líder, Inês de Sousa Real, é recandidata ao cargo.
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