Portugal

2022: Chamas consomem milhares de hectares num país em seca

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 17-12-2022

O mês de julho mais quente dos últimos 92 anos em Portugal deixou em 2022 quase metade do território continental em seca extrema e concentrou um quarto dos incêndios rurais do ano, com 50.399 hectares de área ardida.

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Entre temperaturas quase sempre acima do habitual, no dia 14 foi registado um novo extremo para este mês no continente, quando a estação meteorológica de Pinhão-Santa Bárbara (distrito de Viseu) marcou 47 graus Celsius.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, 45% do território continental ficou em seca extrema, a classe mais elevada, e os restantes 55% encontravam-se em seca severa (nível seguinte).

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Localidades de diferentes regiões, como o Alentejo ou Trás-os-Montes, tiveram de ser abastecidas por autotanques no verão.

De norte a sul, as autarquias multiplicaram esforços para minimizar a situação, com a redução de regas de jardins, a reutilização de águas, o encerramento de piscinas públicas, campanhas de sensibilização ou a recolha de alimento para os animais.

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No caso dos municípios em situação mais crítica, o Governo recomendou também o aumento da tarifa da água para os maiores consumidores e projetos de eficiência hídrica no setor industrial. O executivo anunciou ainda uma monitorização mais apertada das albufeiras, devido à redução do seu armazenamento.

Milhares de peixes morreram em cursos de água ou instalações de aquacultura, e somaram-se pedidos de ajuda na agricultura e na pecuária perante quebras acentuadas nas produções, dos hortícolas aos cereais.

Nas contas apresentadas em outubro pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, julho foi o mês com mais incêndios rurais – 2.629, correspondentes a 25% dos mais de 10 mil fogos – e com maior área ardida (46% do total de 110 mil hectares).

Foi também neste mês que morreram o piloto de um avião de combate e um casal de idosos que fugia das chamas e teve um acidente de carro, em Murça. Já em agosto, um bombeiro de Óbidos morreu por doença súbita no combate a um incêndio.

Depois de o mundo conhecer “um dos três meses de julho mais quentes de que há registo”, segundo a Organização Meteorológica Mundial, o continente português registou o quarto mês de agosto mais seco deste século e viu quase 25 mil hectares serem destruídos na serra da Estrela.

O fogo, que deflagrou em 06 de agosto no concelho da Covilhã e se estendeu a outros municípios, lavrou por mais de 10 dias, queimando cerca de um quarto do parque natural.

O Governo declarou a situação de calamidade para a zona, aprovou apoios e determinou a criação de um plano de revitalização.

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