Primeira Página

1000 ondas por hora! Esta piscina prepara-se para ser a nova Califórnia

Notícias de Coimbra | 37 minutos atrás em 01-10-2025

O aldeamento turístico Surf Village, que vai contar com a primeira piscina de ondas artificiais em Portugal, com tecnologia de última geração, representa um investimento superior a 25 milhões de euros e foi hoje apresentado em Óbidos, Leiria.

“Este projeto está inserido numa área de cinco hectares, em Óbidos, no centro do triângulo dourado do surf entre a Ericeira, Peniche e a Nazaré”, realçou aos jornalistas Manuel Vasconcelos, presidente executivo da Surfers Cove, promotora do empreendimento que é lançado com capitais privados (60%) e fundos comunitários (40%).

As obras arrancaram no final de julho e a abertura ao público do primeiro ‘parque de surf’ de classe mundial em Portugal, cuja piscina vai criar 25 tipos de ondas diferentes, para todos os níveis (de principiantes a profissionais), e contar com mais de um milhão de litros de água, está previsto para o final do próximo ano, sendo pioneiro na União Europeia ao nível da última tecnologia da Wavegarden.

PUBLICIDADE

publicidade

“Vamos incorporar as nossas funcionalidades tecnológicas mais recentes para dar aos surfistas a melhor experiência possível e é um dos mais avançados do mundo ao nível ambiental”, garantiu o espanhol Josema Odriozola, fundador e presidente executivo da Wavegarden, que conta com 12 piscinas de ondas ativas em diferentes países de quatro continentes e que tem já 10 em desenvolvimento e mais de 50 em projeto.

Esta infraestrutura vai permitir gerar até 1.000 ondas por hora e o custo em termos energéticos da onda mais potente (e mais cara) é de 10 cêntimos, revelou o responsável durante a apresentação, que decorreu no estaleiro de obras e contou com vários participantes, entre os quais o secretário de Estado do Turismo, Pedro Dias.

“É um projeto inovador e transformador. Este equipamento reforça o prestígio de Portugal como capital europeia de surf e é financiado pelo Compete 2030, sendo um exemplo da boa aplicação dos fundos europeus e da importância do envolvimento do investimento público e privado”, vincou o governante.

Segundo Pedro Dias, a Surf Village permite diversificar a oferta turística lusa, complementando as ondas do mar que batem na vasta costa lusa com as ondas artificiais, que podem rolar 365 dias por ano, independentemente das condições atmosféricas, promovendo ainda o combate à sazonabilidade.

“Este projeto reforça Portugal como destino de eleição para a prática de surf a nível mundial, e destaca ainda mais o país como a ‘capital’ europeia das ondas”, sublinhou.

Uma ideia partilhada por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, que sublinhou que o setor é o “grande motor” da economia lusa.

“Portugal duplicou o número de turistas entre 2009 e 2019, e estamos a bater novos recordes todos os anos desde 2022, após a recuperação da fase da pandemia de covid-19. Este ano vai ser igual e temos que resolver alguns contrangimentos, como a necessidade de um novo aeroporto e o processo de privatização da TAP”, lançou.

De acordo com Francisco Calheiros, o desenvolvimento da ferrovia, sobretudo, das ligações a Espanha em alta velocidade, é outro ponto fundamental para acelerar ainda mais o setor do turismo, que, vincou, tem sido um dos que melhor lida com a questão da migração.

“Mais de 30% da nossa mão de obra é migrante”, assinalou, apontando ainda para contribuição para a economia da dimensão do saldo entre exportações e importações no turismo, com 28 mil milhões de euros contabilizados em exportações e apenas sete mil milhões de euros em importações.

Além das ondas artificiais, que vão “abrir o surf a todas as pessoas”, conforme destacou Marcelo Martins, gestor operacional do Surf Village, que integra um aldeamento turístico de quatro estrelas, com capacidade máxima para 144 camas, distribuídas por 56 unidades de alojamento, contando ainda com restaurante, loja 58 Surf, skate parks, ‘courts’ de padel e ‘beach’ ténis, ginásio, escola de surf, zonas verdes ajardinadas e espaços para eventos corporativos.

Na apresentação também estiveram presentes os presidentes da Câmara Municipal de Óbidos, Filipe Daniel, que destacou a importância do empreendimento para a economia local, e da Federação Portuguesa de Surf (FPS), Gonçalo Saldanha, que salientou as condições únicas de treino proporcionadas para o desenvolvimento das capacidades dos atletas lusos.

O projeto é promovido pela Menlo Capital, com a liderança executiva de Manuel Maria Vasconcelos e Marcelo Martins (Onda Pura Surf Center), em parceria com a Despomar, a Admar, a Draycott, os acionistas do Noah Surf House e do Hotel Areias do Seixo, e outros investidores, como o surfista japonês Kanoa Igarashi, top-10 da Liga Mundial de Surf (WSL) e medalha de prata olímpica em Tóquio2020.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE