O cancro do pulmão continua a ser a principal causa de morte por cancro em todo o mundo, e o seu perfil clínico está em transformação.
Apesar de o tabagismo permanecer o principal fator de risco, estudos recentes revelam que cerca de um em cada quatro casos já ocorre em pessoas que nunca fumaram, com maior incidência em mulheres e indivíduos expostos a elevados níveis de poluição atmosférica. A exposição prolongada a partículas finas no ar tem sido associada a mutações genéticas que desencadeiam a doença.
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De acordo com o IARC Global Cancer Observatory, o cancro do pulmão foi responsável por 1,8 milhões de mortes em 2022. As projeções para 2050 são preocupantes: prevê-se quase o dobro dos novos casos, ultrapassando os 4,6 milhões por ano. Em Portugal, os dados mais recentes apontam para 4 490 mortes em 2023 — o número mais elevado dos últimos 20 anos.
No combate a esta doença, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos inovadores são cruciais. Entre as abordagens mais promissoras está a cirurgia robótica assistida pelo sistema da Vinci, que tem registado um crescimento expressivo. Só em 2024, na Península Ibérica, foram realizadas cerca de 1 730 cirurgias ao cancro do pulmão com esta tecnologia, um aumento de mais de 25% face ao ano anterior.
No Hospital da Luz – Lisboa, o Diretor do Serviço de Cirurgia Torácica, Fernando Martelo, destaca os benefícios da cirurgia robótica ao Forever Young: “Permite disseções mais completas e precisas, mesmo em áreas anatómicas complexas, com menor risco de complicações. É uma abordagem minimamente invasiva que protege o tecido pulmonar e facilita intervenções sequenciais em doentes com várias neoplasias primárias.”
Desde janeiro, já foram realizadas 224 cirurgias torácicas robóticas na unidade, sendo 83% relacionadas com cancro do pulmão. A taxa de sobrevivência dos doentes operados com esta técnica no hospital é animadora: 96,2% ao primeiro ano, 92,4% ao terceiro e 87,2% ao quinto ano.
Fernando Martelo alerta para a importância de implementar programas de rastreio para o cancro do pulmão: “O rastreio facilita o diagnóstico em estadios iniciais, permitindo tratamentos mais eficazes e aumentando as hipóteses de sobrevivência. Muitos desses doentes serão candidatos ideais para cirurgia robótica.”
Segundo o especialista, a incidência da doença está também a crescer em adultos mais jovens. A tecnologia robótica tem permitido preservar a qualidade de vida dos pacientes com múltiplas cirurgias segmentares ao longo dos anos.
Utilizado globalmente em mais de 16,9 milhões de intervenções desde a sua criação, o sistema cirúrgico da Vinci permite ao cirurgião operar a partir de uma consola, com visão 3D e controlo absoluto dos braços robóticos. A tecnologia elimina tremores manuais, traduz os movimentos do cirurgião em gestos precisos e reduz significativamente a dor pós-operatória, infeções e tempo de recuperação.
Atualmente, mais de 10 670 sistemas da Vinci estão em funcionamento no mundo, com mais de 170 na Península Ibérica (16 em Portugal). A sua adoção no setor público português está a crescer, com 66% dos sistemas já em funcionamento no SNS.
A empresa portuguesa é responsável pela distribuição do sistema da Vinci em Portugal e integra o grupo internacional ab medica, referência na área da robótica cirúrgica e telemedicina. O grupo opera em vários países europeus e lidera o desenvolvimento e fornecimento de tecnologias médicas inovadoras.
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