Economia

Voluntariado no ensino superior em debate

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 05-12-2013

Instituições sociais, voluntários, professores e personalidades ligadas ao mundo do voluntariado partilham hoje as suas “diferentes experiências”, num simpósio sobre voluntariado no ensino superior, que está a crescer em Portugal.

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O Simpósio Nacional do Voluntariado no Ensino Superior, promovido pela Nova School of Business and Economics (Nova SBE), tem como objetivo assinalar o Dia Internacional do Voluntariado, comemorado hoje.

Pretende também “levar a uma pequena reflexão acerca da importância do voluntariado no ensino superior” e “abrir outras perspetivas para uma outra dinâmica do voluntariado”, disse à agência Lusa Edite de Oliveira, psicóloga e coordenadora do Gabinete de Desenvolvimento do Aluno.

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Segundo Edite de Oliveira, o voluntariado no ensino superior tem vindo a aumentar, havendo já programas nas universidades do Porto, Coimbra e Algarve, e na Universidade Católica do Porto e de Lisboa

O programa de voluntariado da Nova SBE, lançado há três anos, conta com cerca de 340 alunos, num total de dois mil, que apoiam 40 entidades (organizações não-governamentais, instituições de solidariedade social, escolas, lares, centros de acolhimento, centros sociais e paroquiais).

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O objetivo é que este programa “sirva de exemplo e motivação à criação e desenvolvimento de programas semelhantes nas restantes universidades do país”.

“O que se pede cada vez mais ao estudante universitário é uma participação ativa e cívica no sistema de ensino e na comunidade envolvente”.

Desde o início, o estudante é sensibilizado para “a importância de ações de voluntariado e de suporte aos seus pares como sendo algo natural no seu percurso de formação académica e pedagógica”.

A grande percentagem (98%) dos voluntários são estudantes de licenciatura, porque “os de mestrado têm uma carga horária e uma exigência de trabalho tão grande que é quase impossível dedicarem-se a outro tipo de atividades”, explicou a psicóloga.

Os alunos podem optar pelo voluntário regular, duas horas semanais, no mínimo, numa instituição, ou pelo voluntariado pontual, que consiste na participação em ações promovidas pelas instituições, como campanhas de recolha de alimentos ou de angariação de fundo.

Edite Oliveira disse que a sua “intenção é expandir o voluntariado”, porque a “grande base desse trabalho é apostar na formação dos estudantes” e no seu desenvolvimento pessoal, relacional e social.

“Temos alunos que terão cargos fundamentais na sociedade portuguesa e faz todo o sentido, e é enriquecedor para eles, conhecer o que se passa ao lado”, argumentou.

Há muitos alunos oriundos de meios socioeconómicos privilegiados que “não estão minimamente sensibilizados e informados das diferenças sociais e económicas que existem, muitas vezes, mesmo ao lado”.

“É um outro tipo de aprendizagem, uma aprendizagem no real”, comentou.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, 1,4 milhões de portugueses, com 15 ou mais anos, realizaram, em 2012, trabalho voluntário, dedicando, em média, 29 horas por mês a esta atividade.

Os dados estimam que, em 2012, 11,5% da população tenha participado em, pelo menos, uma atividade, o que representou 368,2 milhões de horas de trabalho voluntário.

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