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Vereadora diz que “em Coimbra só dorme na rua quem quer”

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 04-04-2022

“Os sem abrigo que estão na rua, estão porque querem”, afirmou a vereadora Ana Cortez Vaz, na reunião da Câmara Municipal de Coimbra, esta segunda-feira. A autarca reagia às críticas que têm surgido nas redes sociais por causa do acolhimento de refugiados da Ucrânia. 

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“Fico pasmada”, disse a vereadora com o pelouro da Ação Social, referindo-se aos comentários que lê nas redes sociais nas notícias que dão conta do acolhimento de cidadãos ucranianos em Coimbra.

“Todas as pessoas que estão a viver na rua estão porque querem. Essa é que é a realidade”, reafirmou, aludindo à existência de um protocolo com a Fundação ADFP para que todos possam pernoitar em Rio de Vide (Miranda do Corvo). Ana Cortez Vaz reconheceu, contudo, que o trabalho de integração “não acaba quando se arranja um sítio para dormir” e que se trata de “uma intervenção complexa”.

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As afirmações, que surgiram depois de uma intervenção de Hernâni Caniço (PS), levaram o vereador Francisco Queirós a comentar que a questão da vontade de se estar na rua não é assim tão simplista e que há outras questões como as dependências de drogas que afetam as decisões. 

José Manuel Silva confirmou que “a vontade fica muito afetada e esbatida em casos de doenças de adição”, mas lembrou que “Coimbra tem apoios sociais que não existem em nenhuma outra cidade do país”. 

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“A sociedade civil portuguesa, incluindo em Coimbra, mobilizou-se no apoio aos refugiados, vítimas da guerra contra a Ucrânia. O executivo camarário balbuciou um apelo ao apoio das famílias de Coimbra na recepção aos refugiados”, disse Hernâni Caniço, defendendo “a constituição de clusters em áreas chave como a saúde, a educação, o emprego e a segurança social, que articule Estado e sociedade civil organizada”. Segundo o vereador, que evidenciou a sua experiência de mais de duas décadas em voluntariado internacional, “tal permitiria, por exemplo, a orientação dos refugiados, além da fruição dos direitos
humanos, para o exercício de funções laborais, de acordo com a formação especializada de que são portadores, e não para servir nos cafés e restaurantes ou como serventes de pedreiro, sem menosprezo por estas funções, exercidas muitas vezes por falta de oportunidades”. 

Ana Cortez Vaz salientou que a “barreira da língua” está a impedir uma mais rápida integração dos ucranianos que estão a chegar, grande parte dos quais “são fisioterapeutas mas não falam sequer inglês”. A vereadora acrescentou que vão chegar mais deslocados à região entretanto apelou a que haja informação de todas as entradas à delegada de saúde e à Polícia de Segurança Pública “para que se possa saber quem são e onde estão e evitar flagelos como o tráfico de pessoas”. 

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